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quarta-feira, março 12, 2025
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O preço da inflação na Argentina é Javier Milei?

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O ano é 1913, mais rica que França e Itália, a Argentina é um dos países que mais cresciam no mundo e, 55 anos antes de São Paulo, inaugura o primeiro metrô de Buenos Aires.  

Era uma época em que os hermanos “nadavam de braçada” nas exportações agrícolas, porém a vida não é uma linha reta. Assim como no tango, vai um passo para cá, outro para lá, uma reviravolta e pronto: bastou uma guerra, atentado ou crise para o mundo balançar e a economia mudar, levando à ascensão e queda de reinos, impérios e países. Egito, Grécia ou Roma, nomes vêm e vão. Seja no caso da Pérsia, que virou Irã, Rússia e União Soviética, entre muitos outros casos, só muda quem não está bem, como é o caso da Argentina hoje. 

Depois de décadas de ditadura e um romance dos mais dramáticos com crises e mais crises econômicas, a previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) é de que a inflação por lá chegue a espantosos 120% ao fim de 2023. Nessa situação, é natural que os argentinos estejam desesperados por uma solução rápida, mas a qual preço?

Eleição presidencial

Os hermanos vão às urnas escolher um novo presidente no dia 22 de outubro e o primeiro debate foi realizado no último domingo, dia 1. Em pouco mais de uma hora, o pobre ministro da Economia, Sergio Massa, peronista, só não apanhou mais porque todos precisam atacar o deputado Javier Milei, candidato favorito.  

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Equivalendo ao que seria um candidato do PSDB por aqui, corre por fora a ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich. Ela é apoiada pelo ex-presidente, Maurício Macri, e também pela União Cívica Radical, partido de direita que ganhou várias eleições presidenciais por lá. 

Com menos chances, também está na corrida a deputada Myriam Bregman, do Partido de los Trabajadores Socialistas. Com um discurso semelhante ao do PSOL, sua fala sobre Millei virou o meme mais popular do debate: “não é um leão, é um gatinho mimoso do poder econômico”.

Por sua vez, Milei é admirador de Jair Bolsonaro e teve uma trajetória semelhante, sendo presença frequente em programas de televisão. Embora faça carreata segurando motosserra e, fantasiado, já tenha cantado paródias sobre a crise, o candidato de extrema-direita é economista e sabe se expressar quando necessário. Com a fala inflamada, à la Fernando Collor, propõe dolarizar a economia – medida que não deu certo no passado – reduzir drasticamente gastos públicos, ampliar as privatizações e fechar o Banco Central. Para ele, “com esse conjunto de reformas, a Argentina, em 15 anos, poderia alcançar níveis de vida similares aos que têm Itália ou França. Em 20, Alemanha e, em 35, os Estados Unidos”. Mas qual seria o preço para atingir tudo isso em tão pouco tempo? Esse foi o principal questionamento dos demais candidatos. 

E o Brasil com isso?

Embora pareça um problema deles, os hermanos são o terceiro maior parceiro econômico brasileiro. Quanto mais eles quebram, menos mercado para as nossas exportações. 

Caso o candidato de extrema-direita vença, o que é uma possibilidade real, tendo em vista que é o único a propor algo que os argentinos não estão cansados de ouvir, uma das promessas é encerrar o comércio com o Brasil e a China. Em um primeiro momento, eles dependeriam quase exclusivamente dos Estados Unidos e teriam que encontrar rapidamente novos parceiros, o que é algo bastante complicado para quem já está com “a corda no pescoço”.

Enfim, Millei está prometendo muita coisa e já há quem diga que, por sua pouca disposição ao diálogo e pelas dificuldades do país, só fazendo mágica para tudo dar certo. Para os mais bem humorados, caso ele vença, a tendência é que a Argentina seja comprada pelo Brasil “a preço de liquidação”, o que teria como positivo podermos escalar o Messi na próxima Copa do Mundo.

É esperar os próximos debates até a eleição para ver quem tem mais fôlego, Milei ou os outros.

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