Para onde vai o fluxo

Jaqueline Ribeiro Por Jaqueline Ribeiro
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Pelos usuários, as reclamações são várias e, inevitavelmente, as mesmas há anos. Giram em torno dos valores cobrados por um catálogo que nem sempre é tão vasto ou tão interessante quanto o usuário gostaria. Sem contar o sumiço de obras relevantes que, refém de imbróglios, acabam não disponíveis em parte alguma*. Porém, seja por comodismo ou comodidade, o usuário continua no streaming mesmo que pulando de canal em canal como antes,  o que incentiva novas iniciativas como a “netflix do governo” que lançou edital recentemente para compor seu acervo.

Num oceano povoado de streamings, especialmente SBT+ e Mercado Play (serviços gratuitos) têm demonstrado que é possível ter sucesso sem cobrar mais que seus dados (e paciência com a publicidade obrigatória). Enquanto a plataforma da emissora tem seu próprio acervo como trunfo, a plataforma do e-commerce traz um catálogo variado contando até com clássicos como O poderoso chefão e títulos nacionais que pareciam exclusividade da Globoplay, caso do O homem do futuro.

Por trás dessa gratuidade, claro, a estratégia dessas iniciativas parece ser retroalimentar seus negócios. É difícil navegar pelo catálogo do SBT+ sem esbarrar no que está sendo transmitido ao vivo. Forçosamente, tomamos ciência do que está indo ao ar. Já o Mercado Play fica dentro do app do Mercado Livre, com ofertas sempre à vista e pertinho da mão. Dois cliques e, pronto, a compra está feita. Três cliques e o furgão do ML está batendo na sua porta. Não há informação se haja realmente essa conversão, mas não estranharia se outros e-commerces, tentados pela possibilidade, também se lançassem nesse nicho seguindo o fluxo do streaming. Nós, os usuários, que aprendamos a nadar na torrente.

*Em dezembro de 2024, algumas temporadas de Doctor Who podem ser conferidas no SBT+.

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