Corrupção no Exército

Coronel denuncia corrupção no Exército em novo livro

Rubens Pierrotti revela irregularidades envolvendo Mourão e outros oficiais

Rubens Pierrotti Junior, coronel da reserva do Exército, durante lançamento, no Rio, de seu livro Diários da Caserna. Foto: reprodução
Rubens Pierrotti Junior, coronel da reserva do Exército, durante lançamento, no Rio, de seu livro Diários da Caserna. Foto: reprodução

Brasília – No livro “Diários da Caserna: Dossiê Smart: A História que o Exército Quer Riscar”, o coronel da reserva do Exército, Rubens Pierrotti Junior, revela denúncias de corrupção envolvendo as Forças Armadas e alguns oficiais, com destaque para Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente e atual senador. As informações são da Folha de S.Paulo.

O que você precisa saber

Denúncias de Corrupção: Coronel Rubens Pierrotti Junior acusa oficiais do Exército de corrupção.

Compra Polêmica: Envolvimento de Mourão na compra de um simulador de € 13,98 milhões.

Irregularidades: Investigações do TCU revelaram problemas, mas o caso foi arquivado.

Detalhes das Denúncias

Pierrotti, hoje advogado, detalha no livro acusações sobre a compra de um simulador de apoio de fogo da empresa espanhola Tecnobit, que custou € 13,98 milhões (aproximadamente R$ 83 milhões). A compra, iniciada em 2010 e concluída com a inauguração dos simuladores em 2016, foi marcada por polêmicas e denúncias.

Processo de Compra e Irregularidades

O simulador, descrito como um videogame gigante que simula combates com artilharia em realidade virtual, visava reduzir o uso de munição real. Apesar de o Exército e Mourão defenderem a transação como econômica, investigações técnicas do TCU apontaram várias irregularidades, embora o plenário da corte tenha arquivado o caso em 2021.

Revelações de Pierrotti

Pierrotti, supervisor operacional do projeto até 2014, denuncia direcionamento para favorecer a empresa espanhola, pagamentos antecipados, tráfico de influência, entrega de produto inadequado e desperdício de recursos públicos. Mourão teria intervindo no processo para garantir a compra, desconsiderando objeções técnicas, segundo Pierrotti.

Publicidade e Revelações

As revelações sobre a compra do simulador vieram à tona em 2018 através de uma reportagem do jornal El País, que acessou documentos do caso por meio do BrasilLeaks. Pierrotti, entrevistado na época, corroborou as acusações do dossiê.

No livro, Pierrotti usa o título irônico da reportagem do El País, substituindo o nome do acusado por “general Simão”. Além de Mourão, Pierrotti aponta o general Marco Aurélio Vieira, ex-secretário de Esporte do governo Bolsonaro, como um dos responsáveis pela condução do negócio.

Críticas à Conduta Militar

Pierrotti critica a conduta da instituição militar, sugerindo que há tolerância a práticas ilícitas e recompensas para infratores. Ele destaca a necessidade de maior transparência e responsabilidade na corporação.