Crime

Corpo de jovem desaparecida é encontrado em sítio de SP

Suspeitos foram presos, mas soltos após pagamento de fiança

Giovana Pereira Caetano de Almeida foi encontrada enterrada em sítio no interior de SP
Giovana Pereira Caetano de Almeida estava desaparecida desde 2023 - Foto: Rede Socila

O corpo da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, desaparecida desde dezembro de 2023 aos 16 anos, foi encontrado enterrado em um sítio em Nova Granada, no interior de São Paulo, na terça-feira (27).

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Segundo informações da Polícia Militar, uma denúncia anônima levou os agentes até a propriedade rural na manhã de quarta-feira (28), onde o corpo estava escondido. No local, o caseiro Cleber Danilo Partezani confirmou a presença da vítima e apontou o exato ponto onde ela havia sido enterrada.

De acordo com a polícia, Cleber e o dono do sítio, o empresário Gleison Luís Menegildo, foram detidos após admitirem ter ocultado o corpo da adolescente. Ambos foram soltos após o pagamento de fiança.

Gleison foi localizado em sua empresa, em São José do Rio Preto. Inicialmente, ele negou qualquer envolvimento, mas em seguida confessou que havia levado o corpo até o sítio no dia 21 de dezembro de 2023, com a ajuda do caseiro.

Primeira versão dos suspeitos

Na primeira versão dos fatos apresentada à polícia, Gleison afirmou que Giovana, também de São José do Rio Preto, havia ido à sua empresa para uma entrevista de estágio. Durante a visita, segundo ele, ambos teriam começado a consumir cocaína.


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Em determinado momento, Giovana teria ficado sozinha em uma sala e, de acordo com a versão inicial dos suspeitos, sofreu um mal súbito. Ao encontrarem a jovem já sem vida, o empresário e o caseiro teriam colocado o corpo em uma caminhonete e o enterrado no sítio.

Ainda conforme o depoimento inicial, Gleison e Cleber admitiram ter mantido relações sexuais com Giovana. No entanto, após a divulgação desses relatos, a defesa dos suspeitos negou que houvesse relação sexual e afirmou que “o laudo necroscópico irá confirmar que ela morreu de overdose”. A defesa também não comentou sobre a ocultação do corpo.

Nova versão do caseiro

Cleber Partezani apresentou uma versão diferente durante o depoimento ao delegado do caso, Ericson Salles Abufari. O caseiro negou ter mantido relações sexuais com Giovana e afirmou que apenas seguiu ordens do patrão para abrir uma vala, sem ter conhecimento de que se tratava de um corpo. “O caseiro fala que obedeceu a uma ordem do seu chefe, e que ele não havia dito se tratava de homem ou mulher a vítima, ele apenas fez a vala e depositou o cadáver”, explicou o delegado.

Cleber relatou que só soube que havia enterrado uma pessoa após concluir o trabalho e que foi ameaçado por Gleison para não informar a polícia sobre o ocorrido.

Giovana Pereira Caetano de Almeida foi encontrada enterrada em sítio do interior de SP
Foto: Arquivo Pessoal

Nova versão do empresário

Em uma nova versão dos fatos, Gleison alegou ter conhecido Giovana meses antes por meio de um aplicativo de relacionamento, apesar de a plataforma ser destinada a maiores de 18 anos. Segundo ele, após saírem algumas vezes, a adolescente o procurou em busca de um emprego. Gleison afirmou que, no dia em que ela foi à sua empresa para levar o currículo, eles conversaram e, em determinado momento, ela começou a usar maconha.

O empresário relatou que, após Giovana consumir a droga, ele saiu para buscar bebidas e, ao retornar, encontrou um funcionário aos beijos com ela. Segundo Gleison, o funcionário relatou que Giovana passou mal após usar cocaína que estava em um recipiente de remédio na mesa. Em seguida, Gleison afirmou que tentou prestar primeiros socorros, mas, em estado de desespero, decidiu levar o corpo da jovem na caminhonete até diferentes locais antes de enterrá-la no sítio.

“O empresário disse que, em um primeiro momento, em um ato de desespero, ele teria colocado o corpo dela na caminhonete e ido até o distrito de Macaúba, em Mirassolândia (SP). Ele ia colocar o corpo em um rio que existe na região, mas resolveu depois vir até Nova Granada, na propriedade rural dele. Pediu para o caseiro providenciar uma vala, pois ele teria algo para enterrar. Foi onde depositou o corpo lá e o caseiro fechou com a terra, e por lá permaneceu o corpo”, detalhou o delegado Ericson.

Relato da mãe de Giovana

Patrícia Alessandra Pereira de Almeida, mãe de Giovana, relatou à “TV TEM” que já conhecia Gleison por motivos profissionais e que chegou a advertir a filha sobre o relacionamento com o empresário. “Há um tempo, eu peguei no celular dela ela conversando com ele. Eu até chamei atenção. Falei: ‘filha, esse cara tem mais de 30 anos, 30 e poucos anos e você tem 16 anos… Não precisa disso’. A gente era muito amiga, ela me contava absolutamente tudo. Ela falou: ‘mamãe, eu saí com ele’. Até a gente discutiu. Ela falou: ‘ele ofereceu até para me pagar’. Eu falei: ‘você não precisa disso'”, contou Patrícia.

Patrícia acredita que Giovana foi forçada a consumir drogas e suspeita que a filha tenha sido vítima de outros crimes. “Você é empresário, está com outros dois sócios. Você chamaria uma menina de 16 anos, às sete e meia da noite, para fazer uma entrevista? Ele confessou que a cocaína era dele, ou seja, não era dela. Ela não usava cocaína. Então, eles drogaram a minha filha. Depois disso, se ela começou a passar mal… Estavam os homens lá, por que nenhum chamou o Samu, se tinha uma criança passando mal?”, questionou.

Relembre o caso

Giovana foi dada como desaparecida em dezembro de 2023, quando tinha apenas 16 anos. Seu desaparecimento gerou uma mobilização em São José do Rio Preto e regiões vizinhas. Desde então, as autoridades investigam as circunstâncias que levaram à morte da adolescente. Com a descoberta do corpo e as declarações contraditórias dos envolvidos, a polícia ainda busca esclarecer os detalhes do caso e identificar todos os responsáveis. As investigações continuam, e a polícia aguarda os laudos periciais para determinar os próximos passos no inquérito.