Rio de Janeiro – A facção criminosa Comando Vermelho (CV) está ampliando sua atuação na região amazônica conhecida como Três Fronteiras. A área abrange Brasil, Colômbia e Peru, e tem se tornado foco de disputas pelo controle das rotas de tráfico de cocaína, afetando a vida das populações indígenas e ribeirinhas.
O que você precisa saber
Crescimento do CV: A facção Comando Vermelho está expandindo suas atividades na região das Três Fronteiras, buscando dominar rotas de tráfico de cocaína.
Impacto nas comunidades: A ação do CV ameaça modos de vida das populações indígenas e ribeirinhas, além de prejudicar o meio ambiente.
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Parcerias criminosas: O CV tem formado alianças com grupos locais, incluindo guerrilheiros colombianos e traficantes peruanos.
Detalhes da expansão do CV
O Comando Vermelho, originado no Rio de Janeiro nos anos 1970, está expandindo sua influência na região das Três Fronteiras, que inclui Brasil, Colômbia e Peru. Segundo a ONG International Crisis Group, a facção estabeleceu alianças com o grupo guerrilheiro colombiano Frente Carolina Ramírez e traficantes de drogas peruanos.
A crescente produção de cocaína no Peru, aliada a atividades criminosas como a dragagem de ouro e a extração ilegal de madeira, tem causado um aumento nos índices de homicídios e danos ao meio ambiente. Essas atividades ilícitas estão colocando em risco os modos de vida das populações indígenas e ribeirinhas.
Formação de alianças
De acordo com o jornalista e pesquisador Bram Ebus, que liderou o estudo, as organizações criminosas se multiplicam nas fronteiras dos três países. O CV, que lançou o Comando Vermelho Amazonas há quase cinco anos, desfez uma antiga aliança com a facção amazonense Família do Norte. Um conselho criminoso de treze membros em Manaus coordena as ações, respondendo à liderança original no Rio de Janeiro.
Controle das rotas de tráfico
O objetivo do CV é controlar a cadeia de abastecimento de cocaína desde os campos de coca no Peru até as rotas de tráfico na Colômbia e as regiões amazônicas do Brasil. Estima-se que 70% da cocaína produzida no Peru seja traficada para o Brasil, enquanto cerca de 30% são levadas para o Equador.
Atração de jovens para o crime
Em uma região marcada por pobreza extrema e falta de oportunidades, os traficantes aliciam jovens oferecendo pagamentos de US$ 2.000 a US$ 2.400 para transportar cocaína. Na Colômbia, o CV encontrou parceiros na Frente Carolina Ramírez, uma facção dissidente das Farc.
Impacto ambiental
Os criminosos reinvestem os lucros do tráfico de drogas em outras atividades ilícitas que prejudicam o meio ambiente, como a extração ilegal de madeira e ouro, e a pesca ilegal. As comunidades indígenas, que tentam defender seus territórios, relatam falta de apoio do Estado ou das forças de segurança.
Necessidade de resposta coordenada
O estudo do Crisis Group indica que as autoridades dos três países precisam elaborar uma resposta conjunta para combater a expansão dos grupos criminosos. É necessária uma abordagem multifacetada para combater a corrupção e fortalecer os laços com as comunidades locais, que estão melhor posicionadas para detectar ameaças.
Com informações do UOL.
