Flávio Dino impede mudança de nome da GCM em SP

Ministro do STF vê risco institucional em proposta aprovada pela Câmara Municipal
13 de abril de 2025
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Nova viatura da Polícia Municipal, após a alteração do nome da GCM ter sido aprovada pela Câmara Municipal de SP. Foto: Divulgação

São Paulo – O ministro do STF, Flávio Dino, negou o pedido da Federação Nacional de Sindicatos de Guardas Municipais para reverter a decisão do TJ-SP que suspendeu a mudança do nome da Guarda Civil Metropolitana (GCM) para “Polícia Municipal” em São Paulo.

– Dino argumentou que a alteração por lei municipal violaria a Constituição e abriria um “precedente perigoso” no sistema federativo. A proposta havia sido aprovada pela Câmara Municipal com apoio do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

STF barra renomeação da GCM

A decisão de Flávio Dino, publicada neste domingo (13), reforça o entendimento de que a nomenclatura das guardas municipais está protegida pela Constituição Federal.

Para o ministro, autorizar que municípios mudem nomes de órgãos institucionais por leis locais pode provocar confusão jurídica e administrativa.

“Isso equivaleria a permitir que uma cidade chamasse sua prefeitura de ‘Presidência Municipal’ ou a câmara de ‘Senado Municipal’”, afirmou Dino, em tom crítico.

Câmara aprovou mudança por ampla maioria

O projeto de lei foi proposto pela vereadora Edir Sales (PSD) e aprovado por 42 votos a 10 no dia 18 de março. A medida previa renomear a Guarda Civil Metropolitana para Polícia Municipal.

Apesar da aprovação legislativa, o Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu a lei, atendendo a uma ação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que alegou inconstitucionalidade.

Ministério Público questionou legalidade

O MP-SP argumentou que a Constituição de 1988 define claramente as funções e o nome das guardas municipais.

O desembargador Mário Deviene Ferraz, do TJ-SP, concordou com os argumentos do MP e ressaltou que a autonomia dos municípios não permite contrariar normas constitucionais.

Prefeitura critica decisão judicial

A Prefeitura de São Paulo lamentou a suspensão da mudança e reafirmou a importância dos 7.500 agentes da GCM, que já atuam como força de segurança.

Em nota, a gestão de Ricardo Nunes destacou ações da GCM, como prisões de foragidos, e o uso de tecnologias de monitoramento, como o sistema Smart Sampa.

“Hoje é um dia triste para a população da cidade, que clama por segurança”, disse a prefeitura.

Outros municípios também foram barrados

Além de São Paulo, tentativas de mudar o nome da guarda civil para “Polícia Municipal” foram contestadas em outras cidades paulistas.

O MP-SP já obteve 15 liminares contra projetos semelhantes em municípios como:

  • São Bernardo do Campo
  • Itaquaquecetuba
  • Vinhedo
  • Jaguariúna
  • Artur Nogueira

Em todas as ações, a Justiça considerou que os municípios não têm competência para alterar a estrutura prevista na Constituição.

Entenda: 5 pontos sobre o caso da GCM

  1. O STF negou pedido para reverter suspensão da mudança de nome da GCM.
  2. Flávio Dino afirmou que a mudança seria um “precedente perigoso”.
  3. A lei foi aprovada pela Câmara com apoio da Prefeitura.
  4. O MP-SP argumentou que a Constituição proíbe essa alteração.
  5. A Justiça já barrou medidas semelhantes em outras 15 cidades.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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