COMO A GERAÇÃO SEXO-DROGAS-E-ROCK’NROLL SALVOU HOLLYWOOD

Agora falarei do terceiro vértice da minha formação: o cinema. O livro: Como a geração sexo-drogas-rock ‘n roll salvou Hollywood.

Letreiro Digital - Visto Livre

Tenho falado em minhas colunas, durante esse mês de março (mês do meu aniversário), sobre livros que falam sobre o que fazia minha cabeça quando era garoto. Falei de quadrinhos, mais especificamente da Marvel, minha editora favorita, através do livro Marvel Comics: a História secreta, falei do punk rock, gênero e estilo que na verdade ouço até hoje ao falar do livro Mate-me Por Favor e agora falarei do terceiro vértice da minha formação: o cinema. O livro: Como a geração sexo-drogas-rock ‘n roll salvou Hollywood.

O fato de ter nascido nos anos de 1970 (isso, mesmo, tenho quase 40 anos!) me permitiu crescer vendo pela televisão o que hoje é considerado como a era dos diretores e que produziu – pelo menos para mim – a melhor safra do cinema hollywoodiano. Filmes como O Poderoso Chefão, Rocky Um Lutador, Uma Rajada de Balas, Taxi Driver, enfim, toda uma década passada diante dos meus olhos de criança, formando meu gosto pelo cinema e, numa época sem o politicamente correto, abrindo minhas percepções sobre vários assuntos através dessas obras.

Como-a-geração-sexo-drogas-e-rocknroll-salvou-HollywoodEscrito por Peter Biskind, o livro mostra como a geração “baby boomer” conseguiu salvar os grandes estúdios de uma falência coletiva. Ainda dirigidos por seus fundadores, a indústria estava completamente desconectada de seu público na virada dos anos 1960 para os ’70. Paralelo a isso toda uma geração de estudantes de cinema, que nasceram no pós-guerra e não viveram a paranoia das primeira e segunda guerras, cresceram ouvindo rock e fumando maconha nos anos de 1960 e queriam mostrar tudo que aprenderam na universidade e nas ruas.

Conhecida como a “era dos diretores”, o livro mostra como a cena surgiu, como esses então jovens diretores tomaram de assalto Hollywood e começaram a dirigir filmes com uma liberdade nunca vista antes e com isso a quebrar todos os paradigmas e dogmas do cinema. Nomes como Francis Ford Coppola, Martins Scorcese, Steven Spillberg, Robert Altman e Stanley Kubrick aparecem ainda desacreditados, tendo que provar seu valor numa indústria vaidosa e destrutiva.

Hoje nomes mais do que consagrados, vale o registro histórico de uma época em que o cinema inovou nas narrativas levando a filmes mais complexos e ricamente construídos. Apresentando o que havia de genial e o que havia de amoral, a obra não esconde nenhum detalhe e apresenta um documento rico sobre o que foi o cinema numa época tão criativa.

E aqui termina a série e aqui fica a dica da semana de leitura. Leiam os livros e quadrinhos, ouçam as músicas e vejam os filmes e embriaguem-se dessa década tão rica e criativa culturalmente, infelizmente, associada apenas a disco music, mas que nos brindou com linguagens tão fortes e impactantes, antes do moralismo piegas do politicamente correto. Até a próxima.

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@kajotha

(Todos os livros comentados na coluna podem ser baixados em suas versões digitais nos sites www.livrosdoexilado.org, http://lelivros.in e www.livrandante.blogspot.com