A Culpa é das Estrelas: Um filme humano e maduro

Antes de começar minha análise propriamente dita, é importante frisar que torci muito para que “A Culpa é das Estrelas” não virasse filme, já que tenho inúmeras críticas ao livro. Não farei uma crítica literária (deixo isso para o amigo KAJOTHA NEGREIROS, do LETREIRO DIGITAL), mas importa dizer o quanto achei a obra de John Green falha como narrativa. Idiotiza os fatos ao narrar tudo de maneira juvenil, acabando com as expectativas, simplesmente para facilitar a absorção por um público adolescente. Entretanto há algo a elogiar: o enredo, a trama, a história. E o filme se prende a isso, o que torna tudo muito positivo, uma vez que não faz da narração a arma primordial. O que importa são os fatos e as relações que os conduzem.

Diagnosticada com câncer, a adolescente Hazel Grace Lancaster (Shailene Woodley,de Divergente) se mantém viva graças a uma droga experimental. Após passar anos lutando com a doença, ela é forçada pelos pais a participar de um grupo de apoio cristão. Lá, conhece Augustus Waters (Ansel Elgort, também de Divergente), um rapaz que também sofre com câncer. Os dois possuem visões muito diferentes de suas doenças: Hazel preocupa-se apenas com a dor que poderá causar aos outros, já Augustus sonha em deixar a sua própria marca no mundo. Apesar das diferenças, eles se apaixonam. Juntos, atravessam os principais conflitos da adolescência e do primeiro amor, enquanto lutam para se manter otimistas e fortes um para o outro.

A naturalidade como se constrói a relação entre os protagonistas deixa a trama leve e bastante próxima do público. Tinha tudo para ser uma história forçada, artificial, mas o ritmo, a simplicidade, a pureza afastam toda a artificialidade possível.  É importante fazer um elogio ao elenco. Os jovens protagonistas convencem e conseguem tirar lágrimas dos olhos até daquele espectador mais frio. Além deles temos a presença sempre marcante de Wilen Dafoe.

De negativo há o erro presente em quase todas as adaptações literárias: tentar mostrar um pouco de tudo que está na obra. Sou a favor do seguinte: ou apresenta algo por completo ou não apresenta. Algumas coisas ficam apenas no ar quando eram para ser fatores primordiais. Seria melhor que não tivessem tocado no assunto (não falo do que se trata em si para evitar spoiler).   Falar de doenças e da possibilidade da morte é sempre algo delicado. A Culpa É das Estrelas é um filme bastante sensível e conta tudo de maneira bem mais madura do que o próprio livro. Quem gostou de Love Story ou Um Amor Para Recordar vai abraçar a história de Hazel e Augustus.

Até a próxima!