Investir na poupança em 2018 deve ser uma tendência, diz ex-diretor do Banco Central

Depois de dois anos, a caderneta de poupança voltou a ser uma forma de investir em 2017. No ano passado, os brasileiros fizeram mais depósitos do que saques nas contas. De acordo com informações divulgadas nesta sexta (5) pelo Banco Central, os depósitos na poupança totalizaram R$ 2,085 trilhões em 2017, enquanto os saques somaram R$ 2,068 trilhões. A diferença entre os valores é o resultado positivo de R$ 17,12 bilhões.

Na visão do economista e ex-diretor do Banco Central, Demosthenes Neto, a recuperação econômica é uma das explicações para que os brasileiros voltassem a investir na poupança. Segundo o especialista, a tendência é que em 2018 isso se mantenha.

“Todos os indicadores estão mostrando uma recuperação bastante efetiva do nível de atividade, retomada na indústria, retomada em diversos setores, puxada um pouco pelo consumo. Bem verdade que se introduziu uma quantidade enorme de incentivo monetário. Quer dizer, a redução da taxa de juros é um incentivo muito grande, incentivo esse que ainda vai continuar a impactar economia positivamente”.

Em 2015 e 2016, os saques foram maiores que os depósitos em R$ 53,56 bilhões e R$ 40,7 bilhões, respectivamente, evento chamado de saída líquida de recursos. O movimento inverso que ocorreu no ano passado, chamado de entrada líquida de recursos, registrou aumento no volume total aplicado. No fim de dezembro de 2016, o saldo da poupança estava em R$ 664,9 bilhões. Ao fim de novembro de 2017, somava R$ 702,27 bilhões. Já no final de dezembro, contabilizou R$ 724,6 bilhões.