Prefeito de Londres diz que Trump seria recebido com "protestos maciços"

O prefeito de Londres, o trabalhista Sadiq Khan, comemorou nesta sexta-feira o fato de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter cancelado sua visita à cidade, onde disse que “teria sido recebido com protestos maciços”.

“Parece que o presidente Trump captou a mensagem dos muito londrinos que amam os Estados Unidos e os americanos, mas que pensam que suas políticas são o polo oposto aos valores de inclusão, diversidade e tolerância da nossa cidade”, declarou.

“Sua visita do próximo mês, sem dúvida, teria sido recebida com protestos maciços pacíficos”, acrescentou.

Khan, que no ano passado trocou algumas farpas com Trump, afirmou que o cancelamento evidencia “o erro” da primeira-ministra britânica, Theresa May, ao convidá-lo para uma visita de Estado ao Reino Unido durante sua primeira reunião bilateral em janeiro de 2017.

A visita cancelada nas últimas horas não era esta visita de Estado, para a qual ainda não há data, mas uma viagem oficial na qual o chefe da Casa Branca inauguraria a nova embaixada dos EUA em Londres.

Em mensagem no Twitter, Trump explicou que se nega a inaugurar a missão diplomática porque “não sou um grande fã da administração de Obama vendendo talvez a melhor embaixada local em Londres por ‘mixaria’, apenas para construir uma nova em um lugar ruim por US$ 1,2 bilhão”.

Na realidade, o presidente que tomou a decisão de mudar a embaixada foi George W. Bush em 2008, segundo confirmou a imprensa na época.

Por outro lado, o cancelamento da visita de Trump foi recebida com “decepção” por seu colega e ex-líder do eurofóbico partido britânico UKIP, Nigel Farage, que lamentou que o presidente tenha visitado outros países “e não aquele com o qual tem uma relação mais estreita”.

Já o presidente da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, opinou que o republicano cancelou sua visita ao Reino Unido e não a outros países simplesmente porque “aqui se critica em inglês e para ele é mais fácil ler em inglês que em francês, italiano ou coreano”.

EFE