Movimentos brasileiros lançam plano de 60 propostas contra a covid-19 e a crise

Ao contrário da campanha de desinformação realizada pelo presidente brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido) e das medidas neoliberais do ministro Paulo Guedes contra os trabalhadores, a Frente Popular do Brasil e a Frente Pessoas Sem Medo juntos lançaram, na última terça-feira (31), a Plataforma de Emergência para Enfrentar a Pandemia de Coronavírus e a Crise Brasileira, que possui mais de 60 propostas.

A divulgação oficial do plano ocorreu na estação de TV da TVT [TV de los Trabajadores], com a presença de Carmen Foro, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Abrigo. (MTST), Iago Montalvão, da União Nacional dos Estudantes (UNE) e João Pedro Stedile, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

Os movimentos populares e estudantis, centrais sindicais e partidos políticos e entidades da sociedade civil que compõem as duas frentes denunciam que o governo Bolsonaro não apresenta medidas efetivas contra a disseminação do coronavírus no Brasil, tornando-se o principal ameaça à segurança e ao bem-estar da população.

As organizações também exigem medidas para diminuir os impactos da atual crise econômica e da saúde, uma vez que o presidente age contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O objetivo, segundo as organizações, é expandir “as vozes de milhões de brasileiros que diariamente expressam sua rejeição ao presidente Jair Bolsonaro” e exigir medidas para diminuir os impactos da atual crise econômica e da saúde , considerando que o presidente age contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) em face da nova pandemia de coronavírus, com 5. 717 casos e 201 mortes confirmadas no país.

“Somos guiados pela defesa da vida, pela confiança no conhecimento científico e com a consciência de que o egoísmo e o individualismo são inúteis para enfrentar esta crise. Todas as saídas passam pela submissão de interesses privados a toda a sociedade, com ação coletiva, união e solidariedade popular ”, destacam no manifesto da plataforma.

Garantia de direitos

O documento afirma que a atual crise econômica e política no país precede a epidemia e é o resultado de ações governamentais que priorizam o setor privado e não os direitos humanos e sociais.

“Nossa economia é controlada por capital financeiro e empresas transnacionais que, mesmo antes da chegada do coronavírus, já impunham as piores condições de vida ao nosso povo. O vírus chegou ao Brasil em um momento de estagnação econômica, desmantelamento de serviços públicos, aumento da pobreza e desigualdade social. O mercado de trabalho é severamente precário, com uma alta taxa de desemprego e a maioria dos trabalhadores em empregos informais, sem proteção social. ”

Dessa forma, o manifesto indica que a permanência do governo de extrema direita de Jair Bolsonaro dificulta a superação da situação atual no país e estabelece eixos essenciais de acordo com essas organizações para proteger o povo.

Entre eles, “condições básicas para salvar nosso povo, promoção e fortalecimento da saúde pública, garantia de emprego e renda para os trabalhadores; proteção social, direito à alimentação e moradia para todos; reorientação da economia e destino dos recursos públicos. ”

O objetivo de apresentar as mais de 60 propostas é reunir a sociedade brasileira para superar a atual crise e cenário de pandemia, além de mobilizar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para aplicar as medidas ”

Você pode acessar a Plataforma de Emergência para Enfrentar a Pandemia de Coronavírus e a Crise Brasileira [en portugués] através deste link .

Edição: Rodrigo Chagas