Associação Riograndense de Imprensa lança Memorial Virtual e homenageia Walter Galvani

A Associação Riograndense de Imprensa (ARI) lança nesta quarta-feira (29) um Memorial Virtual com biografias de jornalistas gaúchos falecidos e também de profissionais nascidos em outros estados que tenham atuado no Rio Grande do Sul ou contribuído para o jornalismo rio-grandense.

O novo espaço hospedado no site e nas redes sociais da ARI ficará aberto para contribuições de jornalistas que quiserem contribuir para a biografia dos homenageados com depoimentos pessoais, informações e comentários sobre suas trajetórias.

O lançamento do Memorial fará parte da homenagem que os familiares e amigos do jornalista Walter Galvani prestarão a ele em reunião presencial na sede da Associação, por ocasião do primeiro ano de seu falecimento, quarta-feira, às 19h. Na oportunidade, serão lidos textos de crônicas e livros do jornalista.

Galvani faleceu, em 2021, quando a pandemia da covid-19 estava no auge. Naquela ocasião, foi possível realizar somente um velório fechado, de duas horas, para familiares, o que foi pouco para um jornalista com mais de mais de 60 anos de atividades.

Além do jornalismo, atividade que desempenhou como uma missão, galgando todos os postos – de repórter até diretor de diversos veículos de comunicação – Walter Galvani esteve sempre envolvido com a cultura e com a sua cidade. Foi um escritor que ganhou inúmeros prêmios, foi Patrono da 49ª Feira do Livro de Porto Alegre, ocupou a Cadeira 25 da Academia Riograndense de Letras, foi presidente da Associação dos Amigos do Theatro São Pedro, presidente e integrante do Conselho Estadual de Cultura e, ainda, um jornalista que, através de sua “caneta” ou “verve”, defendeu a manutenção do Mercado Público – cujo prédio estava para ser derrubado com o objetivo de dar passagem para uma avenida, isso em 1972. 

O evento “Walter Galvani, por seus amigos”, será realizado no Salão Nobre da ARI, na av. Borges de Medeiros, 915 – 8º andar em modalidade presencial, com transmissão pelo Facebook da ARI.

Um pouco de Walter Galvani

Nasceu em Canoas/RS em 6 de maio de 1934, estudou no Centro Educacional La Salle, da mesma cidade, onde editou o jornal interno do La Salle, o “Ecos de São Luiz”. Depois atuou no jornal Expressão, Correio do Povo, Folha da Tarde Folha da Tarde Esportiva, Folha da Manhã, O Momento, O Timoneiro, Jornal da Semana, Diário de Canoas, ABC Domingo, Jornal da Semana, Revista do Globo, revista Rua Grande (de São Leopoldo) e rádios Pampa, e radio Guaíba. Trabalhou, ainda, na Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) e escreveu artigos para dezenas de jornais espalhados pelo RS e Brasil afora. Atuou na Empresa Jornalística Caldas Junior (Correio do povo, Folha da Manhã, Folha da Tarde e Rádio Guaíba) por mais de 50 anos.

Sua obra literária foi extensa, contemplou um pouco de tudo, desde literatura pura, até a história, fosse as conquistas, as guerras e suas consequências nefastas. Alguns destaques: A Noite do Quebra-Quebra, livro no qual o autor mostra a barbárie a que foram submetidos imigrantes italianos e alemães que tinham comércio na cidade de Canoas/1942, cujas lojas foram destruídas a pedradas, tijoladas, em repúdio ao nazismo, quase uma réplica de A noite dos Cristais, na Alemanha e Áustria/1938, onde as lojas e outros estabelecimentos de judeus foram destruídos por simpatizantes do nazismo ou polícia de Hitler!

Em Nau Capitânia, ele enveredou pela trilha dos navegadores em 1500, restabeleceu a biografia de Cabral, e foi premiado com a honraria A Casa de Las Américas. A mais importante revolução gaúcha ganhou uma versão baseada na realidade, em A difícil Convivência de Porto Alegre com os Farrapos, escritos verdadeiros como a história mostra, mas que lhe valeram alguns dissabores, por parte de Farroupilhas ferrenhos. Galvani também não se acovardou e escreveu Um Século de Poder – Os Bastidores da Caldas Júnior e o tão especial Olha a Folha, versando sobre esse vespertino que registrou a vida e história de Porto Alegre.

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Edição: Katia Marko