Morto no Rio, Jerominho foi um dos fundadores de uma das maiores milícias da capital

O ex-vereador do Rio de Janeiro Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho, fundador da “Liga da Justiça”, uma das principais milícias do cidade, foi baleado em uma emboscada na Estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande, na zona Oeste da capital, na última quinta-feira (4).

O cunhado dele, que também estava no carro durante o ataque, foi atingido e está internado no Hospital Rocha Faria, com quadro estável.

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Um vídeo, que circula nas redes sociais, mostra quando três homens chegam em um carro branco, saem do veículo e atiram nos dois, que saíam de outro carro já estacionado. 

Vários disparos foram feitos, com armas que parecem fuzis. Jerominho foi atingido na perna e no abdômen e levado para o Hospital Oeste D’Or, onde morreu. 

Quem é Jerominho?

Ex-vereador do Rio e policial civil aposentado, Jerominho é apontado como fundador da maior facção de milicianos do Rio, a “Liga da Justiça”. Ele foi um dos 227 indiciados na CPI das Milícias, que terminou em 2008, mas foi preso um ano antes e cumpriu pena por mais de uma década ao lado do irmão e ex-deputado estadual José Guimarães Natalino, também integrante da milícia.

Conhecido pela prática de homicídios e cobrança de taxas de moradores da zona Oeste, o grupo teve outros nomes até ser batizado como “Bonde do Ecko”, morto em uma operação policial no ano passado. 

Jerominho foi preso pela última vez em janeiro deste ano. Ele foi abordado por policiais da Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (Polinter) em sua residência no bairro Campo Grande.

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A prisão foi referente a um crime ocorrido em 2005 no qual um grupo de criminosos liderado por ele é acusado de extorquir a mão armada motoristas de van na região. A pena decretada foi de sete anos, um mês e 10 dias. 

Menos de uma semana depois, ele foi solto. Dias antes da prisão, o ex-vereador anunciou em uma rede social que pretendia se candidatar a deputado federal pelo Patriota.

Jerominho foi vereador do Rio, pelo PMDB, por dois mandatos, entre 2000 e 2008. Em 2004, foi eleito com 33.373 votos, e em 2000, com 20.560. Em 1998, ele tentou uma vaga de deputado estadual, mas com 18.152 votos não conseguiu ser eleito. Ele concorreu pelo PSC.

Edição: Mariana Pitasse