A força do Agronegócio em Goiás

O agronegócio em Goiás continua pujante, com perspectivas de relevante crescimento no próximo ano. A safra de grãos 2022/2023 deverá alcançar 32,1 milhões de toneladas

* Por Giovana Araújo e Ray Souza – O agronegócio em Goiás continua pujante, com perspectivas de relevante crescimento no próximo ano. A safra de grãos 2022/2023 deverá alcançar 32,1 milhões de toneladas, alta de 11,6% em relação ao ciclo anterior. As projeções, constantes do segundo levantamento do novo ano agrícola da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), evidenciam que o segmento agrícola do Estado conseguiu enfrentar as adversidades como a majoração dos insumos, fertilizantes em particular, combustíveis, provocados pela Guerra na Ucrânia, inflação e juros mais altos no Brasil, entre outras intempéries.

A soja segue como principal produto do agro no Estado, com estimativa de alta de 0,2%, alcançando 17,4 milhões de toneladas. A área plantada deve chegar a 4,5 milhões de hectares (+3,2%) e a produtividade deve ficar em 3,8 toneladas por hectare, com recuo de 2,9%. Cabe lembrar, porém, que a cultura enfrentou desafios climáticos. O plantio, iniciado em fins de setembro, foi suspenso ou sofreu redução no ritmo na maioria das áreas devido à estiagem em outubro. Chegou-se até mesmo a se cogitar o replantio, o que foi desnecessário graças ao retorno das chuvas.

No que diz respeito ao milho, a produção goiana deverá saltar de 9,7 milhões de toneladas em 2021/2022 para 12,9 milhões na nova safra, com um saldo positivo de 3,2 milhões de toneladas. Aqui, há grande contribuição do aumento da produtividade, estimado em 33,3%, chegando a 6,7 mil quilos por hectare. Novamente, a área plantada deve manter-se estável, em 1,9 milhão de hectares.

No caso do sorgo, a estimativa é de aumento de 6,8%. Com o resultado, Goiás deverá totalizar 1,1 milhão de toneladas na safra 2022/2023, mantendo a liderança do ranking nacional de maiores produtores. Já para o trigo e o algodão, as projeções de crescimento são de 4,4% e 0,7%, respectivamente. As lavouras do Estado devem entregar 135 mil toneladas de trigo e 122,8 mil toneladas de algodão.

Entre as lavouras com bom desempenho, destaque também para o girassol, cuja produção deve apresentar aumento de 71,6% em 2022/23. Foram 21,8 mil toneladas em 2021/2022 e, agora, a estimativa é de 37,4 mil toneladas. É um resultado ainda mais surpreendente porque a área plantada deve permanecer estável em 26 mil hectares.

Com relação ao feijão da primeira safra, a maioria das lavouras já semeadas está em boas condições, com algumas delas em situação de exceção (classificadas como regulares), por serem impactadas com chuvas excessivas no início do ciclo e, mais recentemente, terem enfrentado um cenário de restrição hídrica moderada, além de temperaturas elevadas, visto que as chuvas retornaram em novembro, devendo minimizar os impactos da escassez hídrica.

Esse cenário de produção consolida o estado de Goiás como importante polo do crescimento do agronegócio no Brasil e sinaliza para a contínua expansão da renda gerada pelo setor. Estimativas do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) indicam um valor bruto da produção agropecuária no estado de Goiás de 106,3 bilhões de reais em 2022, posicionando o estado no 5º lugar no ranking nacional de produção, com um crescimento de 6% em relação à 2021 e de 10%, em média, nos últimos 4 anos. Estes são números robustos que atestam a força do Agronegócio em Goiás.

*Giovana Araújo é sócia-líder de Agronegócio da KPMG no Brasil e Ray Souza é sócio de Mercados da KPMG no Brasil e líder Regional em Goiás.