Reserva Guapiaçu, no Rio, recebe três antas criadas em cativeiro

A Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, na região metropolitana do Rio de Janeiro, ganhou mais três antas criadas em cativeiro. Os animais vieram de zoológicos do interior de São Paulo e se juntam a outros 14 da mesma espécie, reintroduzidos na unidade de conservação por meio do projeto Refauna, que reúne pesquisadores de universidades públicas e privadas do estado, em parceria com o BioParque do Rio, o Instituto de Ação Socioambiental, a Reserva Ecológica de Guapiaçu e a Petrobras.

Maior mamífero terrestre da América do Sul, a anta-brasileira foi considerada extinta até 2017 no Rio de Janeiro. Segundo o coordenador do projeto Refauna, Maron Galliez, o último registro da espécie havia sido em 1914, no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, e agora as instituições trabalham para recuperar a espécie.

“A anta é conhecida como a ‘jardineira da floresta’, pelo seu papel fundamental na poda e dispersão de sementes. Diferente dos pássaros, que dispersam sementes pequenas, as antas – que são os maiores animais terrestres do Brasil – conseguem dispersar sementes grandes. E sementes grandes significam árvores grandes, que sequestram mais carbono e são mais importantes para combater o aquecimento global”.

Galliez enfatizou que a reintrodução das antas na natureza é importante também porque a espécie está classificados como vulnerável à extinção, com perda de 30% de sua população nas últimas três décadas, devido à caça, atropelamentos e à perda e fragmentação de habitat.

O coordenador do projeto explicou que os animais que chegaram à Reserva de Guapiaçu na última sexta-feira (20) são duas fêmeas e um macho e vão passar por um período de aclimatação, devendo ser soltos somente em março.

“Primeiros eles passam um período dentro do cercado de aclimatação e depois, estando acostumados com o novo clima, nova temperatura, nova umidade e novos alimentos, eles são soltos e a gente começa a monitorar esses animais”.

A Reserva Ecológica de Guapiaçu é aberta à visitação e recebe, com frequência, pesquisadores e turistas interessados em caminhadas de observação da natureza.