Comitês populares terão ações em apoio ao governo entre os dias 30 de junho e 2 de julho

Na última segunda-feira (22), lideranças de movimentos populares, centrais sindicais e partidos políticos de esquerda se reuniram na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), em Guararema (SP), para articular a retomada dos comitês populares e anunciaram ações para os dias 30 de junho, 1 e 2 de julho deste ano.

A ideia, segundo Roberto Baggio, integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), é “voltar a oxigenar os comitês populares enquanto um grande espaço de agrupar militância partidária e dos movimentos populares da esquerda, no sentido de retomar o trabalho de base permanente nesse próximo período.”

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tido dificuldades em implementar a agenda política que teve êxito nas urnas, em 2022, por conta da difícil relação com o Congresso Nacional, majoritariamente de direita.

Membro da Executiva do PSOL e historiador, Valério Arcary afirmou, durante o encontro, que a esquerda precisa reorganizar a base diante do desafio da ascensão do fascismo no país.

“A extrema-direita está organizada, controla três estados ricos, tem a maioria nas Forças Armadas e popularidade nas redes sociais. Há uma palavra que deve nortear e unificar todos nós dentro dos comitês que é ‘prisão para o (Jair) Bolsonaro’. Isso impede que normalizemos a extrema-direita neste país, que é o que deseja a classe dominante”, disse Arcary.

“Os comitês podem ser uma nova forma de pedagogia das massas. A experiência dos comitês pode nos dar unidade e capacidade de aglutinar nossa militância, principalmente através da cultura e da comunicação”, analisou João Pedro Stédile, líder do MST.

As ações que ocorrerão entre 30 de junho e 2 de julho ainda serão decididas em plenárias dos movimentos sociais, partidos políticos e centrais sindicais. Porém, explica Baggio, os objetivos estão evidentes.

“Os comitês serão fundamentais para que o governo Lula avance nas mudanças estruturais que o povo precisa, para reduzir a desigualdade social nesse país e para fazer uma revolução no campo”, concluiu.

Edição: Thalita Pires