São Paulo – A Justiça Militar decretou nesta quinta-feira (5) a prisão do soldado Luan Felipe Alves Pereira, responsável por jogar um entregador de uma ponte na Zona Sul de São Paulo, no último domingo (1°). Após prestar depoimento na Corregedoria da Polícia Militar, o PM foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes, na Zona Norte da capital paulista. Ele passará por exames no Instituto Médico Legal (IML) antes de ser preso.
O incidente, ocorrido na Vila Clara, durante a dispersão de um baile funk, chocou a sociedade. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que o soldado arremessa o entregador, identificado apenas como Marcelo, de uma altura de três metros. Embora tenha caído de cabeça, Marcelo não corre risco de morte. O caso gerou indignação, especialmente entre familiares da vítima e autoridades, que pedem explicações e responsabilização dos envolvidos.
Cenas chocantes e reações imediatas
No vídeo registrado, o soldado é visto empurrando Marcelo para fora da ponte sem qualquer justificativa aparente. O entregador caiu no córrego e, apesar de ferimentos, foi socorrido por moradores da região. Antonio Donizete do Amaral, pai da vítima, expressou seu repúdio à ação e exigiu respostas do governo do estado, sob a gestão de Tarcísio de Freitas.
Em resposta ao caso, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, determinou o afastamento de 13 policiais militares envolvidos na operação. Além disso, ele pediu uma investigação rigorosa para apurar as responsabilidades. O secretário também ressaltou que os bons policiais da corporação não devem ser punidos pelas ações de seus colegas.
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Histórico do policial militar
O soldado Luan Felipe Alves Pereira, que integra a Rocam no 24º Batalhão de Polícia Militar de Diadema, já havia sido indiciado por homicídio em 2023, após a morte de um homem em Diadema, durante uma troca de tiros. O caso foi arquivado após o Ministério Público aceitar a alegação de legítima defesa, mas o episódio gerou repercussão na corporação. Agora, o soldado enfrenta acusações de lesão corporal e violência arbitrária, com prisão solicitada pela Corregedoria da PM e deferida pela Justiça Militar.
Investigações e medidas de punição
O Ministério Público de São Paulo também iniciou investigações sobre o caso. Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, procurador-geral de Justiça, condenou veementemente a ação do policial, classificando a cena como “absolutamente inadmissível”. O Grupo de Atuação Especial de Segurança Pública (GAESP) foi designado para acompanhar as investigações, com a meta de punir exemplarmente os envolvidos.
Além disso, o Comando da Polícia Militar foi orientado a revisar os procedimentos operacionais e a adotar novas medidas de segurança, como o uso obrigatório de câmeras corporais por todos os policiais em serviço. A medida visa garantir maior transparência nas abordagens policiais e evitar abusos como o ocorrido.
Entenda o caso
- Data do incidente: Domingo, 1° de dezembro de 2024.
- Local do evento: Vila Clara, Zona Sul de São Paulo.
- Vítima: Marcelo, entregador de 25 anos, sem passagens pela polícia.
- Policial envolvido: Luan Felipe Alves Pereira, soldado da Rocam, que já tinha histórico de indiciamento.
- Reações: Indignação das autoridades e familiares; afastamento de 13 policiais.
- Medidas adotadas: Prisão de Luan Felipe Alves Pereira, investigação da PM, e recomendações do Ministério Público sobre uso de câmeras corporais.