Rio de Janeiro — A seca extrema e as queimadas que afetam a Amazônia, Cerrado e Pantanal estão gerando uma crise ambiental grave no Brasil. No último domingo (8), as cidades de Porto Velho, Rio Branco e São Paulo registraram os piores índices de poluição do mundo, de acordo com a empresa suíça IQAir, especializada no monitoramento da qualidade do ar.
Resumo da Notícia
- Poluição extrema: Porto Velho e Rio Branco registram níveis de qualidade do ar “muito insalubres”, segundo IQAir.
- Amazônia em chamas: Mais de 7.000 focos de calor foram detectados pelo INPE no último fim de semana.
- Saúde pública em risco: Fumaça das queimadas afeta milhões de brasileiros e aumenta os riscos de doenças respiratórias.
- Rios voadores: Fenômeno natural transporta poluição do Norte para regiões do Sudeste e Sul, piorando a qualidade do ar.
Queimadas e seca agravam crise ambiental no Brasil
As queimadas e a seca severa que atingem o Brasil estão levando a níveis alarmantes de poluição, principalmente nas regiões Norte e Sudeste. No último fim de semana, Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC), além de São Paulo (SP), lideraram o ranking mundial de poluição, com índices classificados como “muito insalubres”, segundo a empresa IQAir, que segue padrões da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA).
LEIA TAMBÉM
A cidade de Porto Velho, em particular, chegou a um índice de qualidade do ar de 210, valor que representa um alto risco à saúde pública. Em São Paulo, a qualidade do ar também atingiu níveis considerados perigosos, refletindo a gravidade da situação.
Impacto das queimadas na Amazônia
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram detectados mais de 7.000 focos de calor em todo o país no último fim de semana, com um aumento significativo nas regiões da Amazônia e do Cerrado. As queimadas, intensificadas pela seca prolongada, têm destruído grandes áreas de vegetação, aumentando a vulnerabilidade da floresta ao fogo.
Segundo Humberto Barbosa, meteorologista do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), as queimadas são as principais responsáveis pela poluição severa que atinge diversas cidades. “A degradação dessas áreas aumenta ainda mais a chance de queimadas e, consequentemente, a poluição”, afirmou.
Fumaça afeta regiões distantes
Além das áreas diretamente afetadas, o fenômeno dos “rios voadores” — correntes de vento que normalmente transportam umidade da Amazônia para o Sudeste — está espalhando a fumaça para cidades mais distantes, como São Paulo. Esse fenômeno agrava a poluição em regiões que já enfrentam problemas ambientais próprios, como o Sudeste e o Sul do Brasil.
Riscos à saúde pública
Os níveis elevados de poluição têm colocado a saúde de milhões de brasileiros em risco. De acordo com a Adriana Gioda, coordenadora do Laboratório de Química Atmosférica da PUC-Rio, os valores estão até 10 vezes acima do limite seguro estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Essas concentrações elevadas aumentam o risco de doenças respiratórias, cardiovasculares e de mortes prematuras, especialmente em grupos vulneráveis”, afirmou Gioda.
Perguntas Frequentes sobre a Crise das Queimadas e Poluição no Brasil
Quais regiões estão sendo mais afetadas pelas queimadas?
As queimadas estão concentradas principalmente na Amazônia, Cerrado e Pantanal, com destaque para cidades como Porto Velho e Rio Branco.
O que são os “rios voadores” e como eles afetam a poluição?
Os “rios voadores” são correntes de ar que transportam umidade da Amazônia para outras regiões. No entanto, devido às queimadas, essas correntes estão carregando fumaça para áreas como o Sudeste e Sul do Brasil.
Qual é o risco à saúde devido à poluição das queimadas?
A poluição está colocando milhões de brasileiros em risco, com aumento nas chances de desenvolvimento de doenças respiratórias e cardiovasculares, especialmente em grupos vulneráveis.
O que está sendo feito para conter as queimadas?
Apesar dos esforços de combate ao fogo, a seca severa e a degradação ambiental tornam o controle das queimadas mais difícil. O monitoramento das áreas afetadas é constante, mas as condições climáticas agravam a situação.