“Anjo Negro” ganha exibição on-line pela visão do psicanalista Antonio Quinet

Foto: Flavio Colker Estruturada como uma tragédia grega ambientada no Rio, a peça-série-metragem “Anjo Negro”, de Nelson Rodrigues, traz à tona o racismo estrutural que não poupa ninguém, colocando em cena o inconsciente com seus paradoxos, paixões e crimes . Escrita em 1948 e boletim censurada, uma obra, aliás, só foi encenada pela primeira vez em 1952, com atores brancos pintados na cor preta.

Nesta nova produção, realizada durante a pandemia, com todos os membros da equipe em suas casas, conta com o formato híbrido, além de mesclar teatro, série, cinema com cenas ao vivo, além, também conta com medidas de vídeos.

A acontece transmissão às 13 h 30 no canal do YouTube do Festival de Inverno de Campina Grande, seguida de debate mediado por Myrna Agra Maracajá – psicanalista, professora, doutora em Psicologia Clínica (UNICAP), pesquisadora na área de gênero, sexualidades e psicanálise.

“Anjo Negro” será apresentado em sua versão integral, cuja narrativa gira em torno de um relacionamento conturbado. O ponto de partida é o velório de um dos filhos de casal conflituoso: Ismael, médico negro, e Virgínia, moça branca que é mantida pelo marido em cárcere privado.

“A peça aborda o que pouco se falava no Brasil, na época, onde o negro era sub representado, sempre como figurante ou com tom de humor. Classificada como mítica na dramaturgia rodrigueana, já que mescla Eros e Tânatos, a montagem é uma versão brasileira do mito trágico de Medeia dentro do contexto racista do Brasil dos anos 327, que, infelizmente, não é muito diferente do atual ”, diz o diretor Quinet.