Filhotes de tubarões galhas-brancas-de-recife, ameaçados de extinção, nascem no AquaRio 

Esta é a primeira vez que a espécie se reproduz em aquários no Brasil e faz parte do projeto de conservação e pesquisa científica do atrativo

Trazidos diretamente da Indonésia para o AquaRio em 2016, os tubarões da espécie galha-branca-de-recife(Triaenodon obesus) tiveram seus primeiros filhotes! As crias são um macho e uma fêmea, nascidos em 07 de março e 07 de maio, e reforçam o propósito de conservação e pesquisa científica do equipamento, indicando o sucesso no trabalho de cuidado e bem-estar dos animais que o atrativo vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos.

Os pequenos galhas-brancas-de-refice são os primeiros da espécie a nascerem em aquários no Brasil. Esse tipo de tubarão é mais comum na região Indo-Pacífico e está classificado como uma espécie vulnerável pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). Ou seja, há um risco elevado de extinção na natureza em um futuro bem próximo, tornando ainda mais importante os projetos de conservação.

O nascimento desta espécie de tubarão fortalece ainda mais nosso propósito de conservação e pesquisa científica. Ao reproduzir tubarões galhas-branca-de-recife, estamos gerando dados que são importantes para compreendermos mais sobre esta espécie e, assi, podermos atuar em sua conservação”, explica Rafael Franco, biólogo marinho e responsável técnico do Aquário Marinho do Rio.

Com apenas dois e quatro meses de vida, o casal de filhotes de tubarão têm cerca de 50cm e pesam aproximadamente 900g. Esse tipo de animal pode atingir até 2 metros e pesar cerca de 20kg. Na natureza, a espécie vive em recifes de corais, caça em bando entre as fendas tocas, costuma passar o dia descansando em grutas e zonas de sombra. Por terem hábitos noturnos, durante a noite são ativos e verdadeiros predadores. No entanto, para as pessoas, são considerados não agressivos e geralmente não se sentem ameaçados pela presença humana.

Os pequenos ainda não habitam o tanque oceânico do AquaRio, pois precisam adquirir maturidade suficiente para conseguirem cuidarem de si sozinhas e não serem predadas por outros animais que vivem no recinto. Durante esse período, estão sob cuidados veterinários, que analisam a evolução diária de cada uma, até que estejam aptas a morar com os demais animais oceânicos do parque. Ainda não há uma previsão de quando o público poderá ver os novos filhotes do AquaRio, já que, até o momento, não há qualquer tipo de literatura científica com a informação sobre peso e tamanho suficientes para estarem em um tanque com outras espécies de peixes.

Um bem-sucedido programa de reprodução de espécies marinhas 

Referência em programas de conservação da biodiversidade marinha, o AquaRio mantém seu próprio Centro de Pesquisa Científica, com mais de 20 estudos, em parceria com as principais universidades do país (UFRJ, UERJ, UFF, USU e UCB). O equipamento é o único da América do Sul a figurar seleta lista da Associação de Zoológicos e Aquários (AZA) com aquários que mais tem compromisso com a pesquisa e o bem-estar dos animais.  

Dentre as pesquisas na área reprodutiva, destaca-se a de conservação das raias-borboletas (Gymnura altavela), nativas do litoral brasileiro e ameaçadas de extinção. A atração carioca foi a primeira e é a única instituição no mundo realizar a reprodução desta espécie de peixe.  

Há também estudos envolvendo a biologia reprodutiva de tubarões ameaçados de extinção, cavalos-marinhos e outras espécies