Cortejo de artistas abre mostra sobre o Brasil

Na Cultura, a parada é outra. Neste 7 de setembro, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio promove um cortejo com artistas pelo Centro da Cidade, em razão da abertura da mostra "Parada 7 - Arte em resistência"

Na Cultura, a parada é outra. Neste 7 de setembro, a Secretaria Municipal de Cultura do Rio promove um cortejo com artistas pelo Centro da Cidade, em razão da abertura da mostra “Parada 7 – Arte em resistência”, que ocupa simultaneamente o Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica e o Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). A exposição reúne nomes de medalhões como  Cildo Meireles, Anna Maria Maiolino, Opavivará!, Adriana Varejão, Cabelo e Nuno Ramos, que se juntam a jovens artistas, entre eles Maxwell Alexandre, Edgar Novíssimo, Hal Wildson, Helena Marques e Julia Xavante. A programação tem início às 11h, no CCJF (Cinelândia), de onde partirá um cortejo às 15h30, em direção ao Oiticica (Praça Tiradentes). 

Regina Silveira e João Porto
Regina Silveira e João Porto

O tema da expo é o Brasil atual, do ponto de vista político, social, econômico, ecológico e cultural. Trata, pelo olhar dos artistas brasileiros, da profunda crise social e democrática que atravessa o país. Desde o ponto de vista da arte, reúne e reafirma a posição de sujeitos diante do panorama histórico que se apresenta. A curadoria é de César Oiticica Filho, Evandro Salles e Luiza Interlenghi.

Estrelas do RIR
Estrelas do RIR

“Visões poéticas, dramáticas, críticas, audaciosas ou surpreendentes, carregadas de sonhos e esperança, se sobrepõem em um grande panorama que pensa as múltiplas identidades e feições da nação brasileira, bem como seus problemas e questões fundamentais, como a violência, a fome, as questões de gênero, o racismo, os povos e a cultura indígena, a educação e a (des)igualdade”, diz César Oiticica Filho, diretor artístico do centro que leva o nome do tio. 

Arruaza de Paulo Nazareth
Arruaza de Paulo Nazareth

A Parada/Cortejo comemora com arte os 200 anos da independência e será estruturada como uma Escola de Samba, em alas, trazendo ao público obras coletivas e individuais nas diversas linguagens: da música às artes visuais, passando pela performance e a dança.

Gustavo Speridião - Nada será como depois
Gustavo Speridião – Nada será como depois

Destaque para as obras inéditas, entre elas duas de Cildo Meireles: a pintura “Bandeira”, que traz escrito “Democracia Justiça Paz”, e seu primeiro NFT, “Marielle” (um gif projetado), além de “O Debate”, de Jarbas Lopes, e “Arruaza”, de Paulo Nazareth. Tem ainda a instalação/performance “Sea System”, do Opavivará!, exposta uma única vez, na Nova Zelândia. Três anos sem se apresentar, o coletivo traz uma obra feita de material plástico reutilizável, um alerta sobre meio ambiente.

Marcela Cantuária - Alceri Maria Gomes da Silva - foto Vicente de Mello
Marcela Cantuária – Alceri Maria Gomes da Silva – foto Vicente de Mello

O cortejo percorrerá a Avenida Rio Branco e a Rua da Carioca, em trajeto até a Rua Luís de Camões, nas imediações da Praça Tiradentes. Para sua viabilização, foi criada uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Benfeitoria. 

“‘Parada 7’ revela um panorama da arte de resistência hoje no Brasil, uma produção que envolve diversos artistas de diferentes regiões e que já vêm produzindo sobre este tema há algum tempo. A arte contemporânea abriu espaço para artistas de periferia, LGBTQIA + etc. A arte abrindo portas para outras artes, desde os anos 1960, uma produção diversa e maior. O mais importante é que além das exposições nestes dois lugares, vai ter um cortejo borrando esta fronteira entre arte contemporânea e outras artes, tudo junto na rua. O Centro do Rio  como um grande museu a céu aberto, lembrando que sairemos da Cinelândia, este lugar histórico, até a Praça Tiradentes, berço de música e do teatro. Um fato histórico!”, acrescenta César.

OPAVIVARÁ! - Seasystem, 2019
OPAVIVARÁ! – Seasystem, 2019

Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica: Rua Luís de Camões 68, Praça Tiradentes – 2242-1012. Seg a sáb, das 10h às 18h. Grátis. Livre. Até 31 de outubro.

Centro Cultural Justiça Federal: Av. Rio Branco 241,Centro – 3261-2550. Ter a dom, das 11h às 19h. Grátis. Livre. Até 31 de outubro