A ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou nesta quinta-feira (6), em Salvador, a Igreja de São Francisco de Assis, onde parte do forro desabou na quarta-feira (5), causando a morte da morte da turista Giulia Panchoni Righetto e deixando outras cinco pessoas feridas. Acompanhada do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Grass, e de frades da Ordem Primeira de São Francisco, responsável pela gestão e manutenção da edificação, anunciou obras emergenciais.
“A primeira coisa de tudo é prestar solidariedade à família da Giulia, afinal de contas é a dor pela perda de uma pessoa”, declarou a ministra. Nesta quinta, ela falou por telefone com o pai de Giulia, a fim de prestar condolências à família da jovem paulista.
E completou: “E eu como soteropolitana tenho o sentimento pelo que aconteceu nessa igreja, que é tão importante para o nosso patrimônio. E nós vamos reconstruir a igreja”, concluiu.
Por meio de uma dispensa de licitação, que deve ser publicada no início da próxima semana, as obras emergenciais do templo serão realizadas. Na tarde desta quinta-feira (6), uma equipe do Iphan vinda de Brasília chegou à capital baiana para fazer scanner da construção, localizada no Centro Histórico da capital baiana, e a memória dos danos – dando início ao processo de mapeamento da extensão do desabamento.
Plano de fiscalização
Também hoje, em reunião realizada na sede do Iphan, que contou com representantes da Defesa Civil, ficou acertado que na próxima semana terá início, em Salvador, uma ação para autuar e interditar imóveis que estejam em situação semelhante à da igreja. O plano integrado de fiscalização será implementado por meio das superintendências do Instituto.
“Iremos eleger bens onde estejam detectados médio ou alto risco, e junto com as defesas civis, prefeituras e governos estaduais poderemos intervir nesses imóveis – em especial monumentos – nesses espaços públicos, tipo museus, teatros, igrejas. E o que estiver em condição de risco, vamos orientar a interdição e o tratamento”, explicou o presidente do Iphan, Leandro Grass.
O Iphan tem atuado na preservação do bem. O restauro dos painéis de azulejaria portuguesa foi concluído em maio de 2023, e a elaboração do projeto de restauração do edifício está em andamento.
A construção em estilo barroco colonial, datada entre os séculos 17 e 18, tem o teto ornamentado com ouro e pinturas religiosas, o que a fez a receber o apelido de “Igreja de Ouro” e ser reconhecida como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
O prédio ainda contém painéis de azulejos portugueses, que reproduzem o nascimento de São Francisco, e talhas de madeira moldadas em ouro em pó.
A Igreja e Convento de São Francisco são considerados uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no mundo. Ambos também foram tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
MinC e Iphan aguardam a conclusão do inquérito sobre o incidente para adotar as medidas cabíveis.