“A Fúria” estreia com morte de sósia de Bolsonaro, homenagem a Marielle e críticas ao fascismo e ditadura

Filme de Ruy Guerra aborda poder e entra em cartaz no DF

Redacao
Por Redacao - Equipe
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Brasília – O cineasta Ruy Guerra, aos 93 anos, lançou “A Fúria”, encerrando sua trilogia que começou com “Os Fuzis” (1964).

O filme critica o fascismo e heranças da ditadura militar no Brasil, explorando os mecanismos de poder que permanecem intactos.

A obra gerou controvérsias durante sua produção, incluindo um inquérito policial no governo Bolsonaro.

A trama foca em figuras de poder como um general, um pastor e um ministro, e inclui uma homenagem à ativista Marielle Franco, representada por Grace Passô.

Durante a estreia no Festival de Brasília, espectadores reagiram com gritos de “sem anistia”.

Um olhar ácido sobre o poder no Brasil

“A Fúria”, descrito por Ruy Guerra como “sério e não sério”, mistura ironia e crítica para expor o controle e os abusos do poder no Brasil. A história acompanha um homem que retorna da morte para buscar justiça, enquanto figuras como um presidente fictício são apenas pano de fundo para os verdadeiros protagonistas: autoridades que refletem estruturas reais de poder.

O filme destaca um presidente da Câmara, um empresário, um pastor e um general, representando o que Guerra descreve como “herdeiros da ditadura”. Contudo, ele nega que a obra personalize figuras políticas específicas, como Jair Bolsonaro.

Polêmicas e ameaças na produção

Durante as filmagens, imagens vazadas do set mostraram um ator com a faixa presidencial coberta de sangue, o que resultou na abertura de um inquérito policial em 2022. Além disso, a equipe enfrentou ameaças de morte e dificuldades financeiras, superadas após a vitória de Lula nas eleições.

A co-diretora Luciana Mazzotti declarou que o filme não teria sido concluído sem o novo governo. Apesar das pressões, Guerra afirmou que a produção resistiu a todas as tentativas de censura.

Tributo a Marielle Franco

Um dos pontos altos do filme é a homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco, refletida na personagem de Grace Passô, que vive uma deputada com discursos e ações inspirados na trajetória de Marielle.

O longa também marca a última participação de nomes como Paulo César Pereio e Nelson Xavier, encerrando trajetórias de grandes atores brasileiros.

Inovação na narrativa

Além do roteiro provocativo, “A Fúria” utiliza tecnologias como video mapping para retratar o poder em Brasília, proporcionando uma experiência visual única. Guerra, que iniciou a trilogia há 60 anos, conclui esta etapa com reflexões sobre um sistema que parece imune ao tempo e às mudanças sociais.

Entenda o caso: “A Fúria” e a crítica ao fascismo

  • Trilogia de Guerra: Encerramento iniciado com “Os Fuzis” e “A Queda”.
  • Crítica ao poder: Explora estruturas autoritárias e resquícios da ditadura.
  • Produção polêmica: Enfrentou inquéritos, ameaças e restrições financeiras.
  • Homenagem: Grace Passô vive personagem inspirada em Marielle Franco.
  • Inovação: Uso de video mapping para representar Brasília.
  • Estreia no público: Prevista para 2025.
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