Los Angeles – O cinema brasileiro alcançou um marco histórico na noite do último domingo (2), com a vitória de “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, no Oscar de Melhor Filme Internacional. Esta é a primeira vez que uma produção nacional conquista a categoria na maior premiação do cinema mundial.
O longa retrata a ditadura militar no Brasil sob a perspectiva de Eunice Paiva, viúva de Rubens Paiva, político desaparecido e morto pelo regime em 1971 após ser torturado. Com uma narrativa forte e impactante, o filme emocionou a audiência e consolidou seu espaço entre as grandes produções internacionais.
É do Brasil! O emocionante discurso de Walter Salles com o #Oscars de Melhor Filme Internacional por Ainda Estou Aqui. pic.twitter.com/nbC80EjUGH
— Bruno Guzzo® (@BrunoGuzz0) March 3, 2025
Uma noite memorável para o cinema brasileiro
A atriz Fernanda Torres, protagonista do filme e indicada ao Oscar de Melhor Atriz, subiu ao palco ao lado de Walter Salles para receber a estatueta. Em seu discurso, ressaltou a importância da memória histórica para a construção do futuro.
A produção brasileira superou concorrentes de peso, incluindo “A Garota da Agulha”, “Emilia Pérez”, “A Semente do Figo Sagrado” e “Flow”. Além do prêmio principal, “Ainda Estou Aqui” também concorreu a Melhor Atriz e Melhor Filme.
Impacto e reconhecimento internacional
O sucesso do longa foi impulsionado pela grande recepção do público e da crítica especializada. A jornalista e crítica de cinema Isabela Boscov, em entrevista à BBC, destacou que o filme conseguiu atrair uma bilheteria incomum para um drama no Brasil.
“Isso não acontecia há muitos anos. A popularidade de Fernanda Torres, a forma realista como o filme retrata os anos 1970 e o atual contexto político brasileiro ajudaram a impulsionar essa recepção”, afirmou.
Ela também ressaltou que o Brasil enfrenta um período de polarização ideológica e que metade da população deseja revisitar o passado para evitar que os erros da história se repitam.