CCBB Rio apresenta a 3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino

No mês dedicado à mulher, Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro estreia mostra de filmes produzidos exclusivamente por mulheres árabes

SINOPSES:

Longas-metragens:

Aanaf Hob | Miguel’s War [A Guerra de Miguel] (dir. Eliane Raheb, Líbano/Espanha/ Alemanha, 2021, 127’) – 18 ANOS

Hello Bet
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Miguel’s War retrata um homem libanês gay, sensível, fortemente oprimido e envergonhado por sua sociedade por toda a sua juventude. Em 1983, ele participa da guerra civil do Líbano para provar que pode lutar como um “homem de verdade”, mas fracassa. Traumatizado com a experiência, Miguel parte para a Espanha. Somente agora – 37 anos após ter deixado o Líbano – que Miguel se dispõe a confrontar os fantasmas de seu passado para encontrar, enfim, algum equilíbrio emocional. Utilizando das formas do documentário, da animação, do teatro e do arquivo, este filme híbrido oferece uma experiência de autoconfrontação e catarse.

Costa Brava, Lebanon [Costa Brava, Líbano] (dir. Mounia Akl, Líbano/França/ Espanha/Suécia/Dinamarca/Noruega/Catar 2021, 107’) – LIVRE

Na Costa Brava, no Líbano, a família de espírito livre Badri, foge da poluição avassaladora e da inquietação social de Beirute, buscando refúgio em uma utópica casa de montanha que eles construíram. De repente, um aterro sanitário ilegal começa a ser construído bem ao lado. Com ele vem justamente o lixo e a corrupção de que tentavam escapar. À medida que o aterro cresce, aumentam as tensões familiares. Aos Badris resta uma escolha: ficar fora do sistema ou deixar sua idílica casa e enfrentar a realidade da qual fugiram, na esperança de se manterem fiéis aos seus ideais. Costa Brava, Lebanon [Costa Brava, Líbano] é, em última análise, sobre o que é preciso para uma família se unir e reafirmar o compromisso com seus valores e entre si.

Foragers [Forrageadores] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2022, 64’) – LIVRE

Foragers retrata os dramas em torno da prática de busca e coleta de plantas silvestres comestíveis na Palestina/Israel, com humor sarcástico e um ritmo meditativo. Filmado nas Colinas de Golã, na Galileia e em Jerusalém, ele emprega ficção, documentário e imagens de arquivo para retratar o impacto das leis israelenses de proteção da natureza nesses costumes. As restrições proíbem a coleta do ‘akkoub andza’atar (espécie de tomilho), e resultaram em multas e julgamentos em tribunais para centenas de pessoas, que foram capturadas coletando essas plantas nativas. Para os palestinos, essas leis são um “véu ecológico” de uma legislação que os aliena ainda mais de suas terras, enquanto os representantes do Estado israelense insistem nos argumentos de “experiência científica” e do dever de proteger. Seguindo as plantas da selva até a cozinha, das perseguições entre os forrageadores e a patrulha da natureza, até as defesas no tribunal, Foragers captura a alegria e o conhecimento que estão incorporados nessas tradições, assim como a resistência às proibições da lei. Ao retratar os termos e restrições da preservação, o filme levanta questões em torno da política de extinção, ou seja, quem determina o que é extinto e o que pode continuar vivo.

La Nouba des Femmes du Mont-Chenoua [A Nouba das Mulheres do Mont-Chenoua] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1977, 115’) – LIVRE

Utilizando o título e a estrutura da “Nouba”, uma música tradicional de cinco movimentos, este filme assombroso mistura ficção e documentário para documentar a criação de histórias pessoais e culturais de mulheres.

La zerda et les chants de l’oubli [A Zerda e os cantos do esquecimento] (dir. Assia Djebar, Argélia, 1982, 59’) – LIVRE

A artista Assia Djebar mudou de profissões a fim de recapitular a colonização do Magrebe utilizando imagens de jornais franceses. O filme utiliza da montagem para buscar a verdade nestas “imagens de um olhar mortal”, uma verdade a qual esses periódicos claramente não mostram: a “resistência por detrás da máscara”. A trilha sonora une cantos multi-vocais e música experimental para formar um último ato furioso para a violência colonial.

Leur Algérie | Their Algeria [A Argélia Deles] (dir. Lina Soualem, França/Argélia/Suíça/ Catar, 2020, 72’) – LIVRE

Depois de 62 anos morando juntos, os avós de Lina, Aïcha e Mabrouk, decidiram se separar. Juntos, eles vieram da Argélia para Thiers, uma pequena cidade medieval no meio da França, há mais de 60 anos. Lado a lado, eles vivenciaram a caótica vida de imigrante. Para Lina, a separação dos avós é uma oportunidade de questionar a longa jornada de exílio e o silêncio deles.

Ash Ya Captain | Lift Like a Girl[Levante Como uma Garota] (dir. Mayye Zayed, Egito/Alemanha/Dinamarca, 2020, 92’) – 10 ANOS

Em uma esquina movimentada e barulhenta em Alexandria, no Egito, um lote aparentemente vazio, cercado por grades, é o local de treinamento das campeãs de elite do Egito – as levantadoras de peso femininas. Zebiba (“passas” em árabe) treina no local há cinco anos, desde que ela tinha 9, seguindo os passos dos atletas mais famosos do Egito de todos os tempos – incluindo a primeira levantadora de peso árabe, duas vezes medalhista olímpica, Abeer Abdel Rahman, e a campeã mundial e atleta olímpica, Nahla Ramadan. O pai de Nahla, o visionário capitão Ramadan, criou campeões e campeãs em seu terreno improvisado por mais de duas décadas – 4 campeões olímpicos, 9 mundiais e 17 pan-africanos. Agora é a vez de Zebiba. Mas Zebiba pode deixar de lado seus instintos juvenis e direcionar seu foco para ser a campeã de levantamento de peso que o capitão tem certeza de que ela é?

Molok Wa Kombarse | Kings & Extras [Reis & Figurantes] (dir. Azza El Hassan, Palestina/ Alemanha/França/Reino Unido, 2004, 64’) – LIVRE

Os filmes da Unidade da PLO Media Unit deveriam mostrar uma imagem autodeterminada da realidade palestina, mas eles desapareceram durante a invasão israelense de Beirute em 1982. Num “filme de estrada” da Palestina até a Jordânia, a Síria e o Líbano, a diretora Azza El-Hassan segue as pistas confusas e contraditórias sobre o paradeiro dos arquivos perdidos. Essa busca, cada vez mais absurda, finalmente a leva a um cemitério de mártires, onde dizem que os filmes estão enterrados – mas ninguém quer cavar todo o lugar. Enquanto a busca de Azza pelas imagens perdidas a leva a vários becos sem saída, ela se depara com novas pistas e começa a construir sua própria história. O filme reflete a situação no Oriente Médio – uma revolução fracassada, o relacionamento problemático com os vizinhos árabes, a questão da identidade palestina nos dias de hoje. Azza El-Hassan mostra mitos, histórias de vida e mentiras da vida, os efeitos da derrota e da perda na vida de alguém. Ela traz até um humor à tragédia da situação – à qual ela se sente simultaneamente pertencente e em oposição. Vencedor do Prêmio Luchino Visconti.

NEZOUH (dir. Soudade Kaadan, Reino Unido/Síria/França/Catar, 2022, 103’) – 14 ANOS

Zeina, de 14 anos, e sua família são os últimos a permanecer em sua cidade natal sitiada, Damasco, na Síria. Um míssil abre um buraco enorme na casa deles, expondo-os ao mundo exterior. Quando uma corda é misteriosamente descida ao buraco, Zeina sente o primeiro gostinho de liberdade, e um mundo inimaginável de possibilidades se abre para ela. À medida que a violência lá fora aumenta, a família é pressionada a ir embora, mas Mutaz, seu pai, insiste em que eles fiquem, recusando-se a fugir para a vida incerta de um refugiado. Diante de um dilema de vida ou morte, Zeina e Hala, sua mãe, devem fazer a escolha entre ficar ou partir.

Purple Sea [Mar Roxo] (dir. Amel Alzakout e Khaled Abdulwahed, Alemanha, 2020, 67’) – 16 ANOS

“Eu vejo tudo”, ela diz como se fosse uma maldição. Sol brilhante, céu completamente azul. O mar está calmo, cercado por uma grade. Um momento de paz, se não fosse pelo fato que o mar está de pé, na vertical, como uma cachoeira. Uma torrente de imagens, girando, de cabeça para baixo, sacudindo. Pessoas no barco, na água, gritos, coletes salva-vidas, apitos de emergência. Não há mais horizonte, nem céu, nem alto, nem baixo, apenas profundidade e nada em que se agarrar. Até mesmo o fluxo do tempo para, contraindo-se ao presente brutal. Ela está filmando e falando. Para vencer o cansaço, o frio, o fato de que a ajuda não está vindo. Para vencer a morte, apenas para que alguma coisa permaneça.

SOUAD (dir. Ayten Amin, Egito/Tunísia/Alemanha, 2020, 96’) – 16 ANOS

Zagazig, uma pequena cidade no Delta do Nilo, no Egito. Hoje. Souad, uma jovem de 19 anos, leva uma vida dupla. Enquanto se mantém conservadora e recatada com sua família e perante a sociedade, Souad é obcecada por sua imagem nas redes sociais e sustenta alguns relacionamentos virtuais secretos com homens. Ela mente constantemente sobre a sua vida pessoal. Suas ambições, contudo, são lentamente destruídas pela invasão da realidade. Uma série de pequenos incidentes leva a um acontecimento trágico, que faz com que Rabab, sua irmãzinha de 13 anos, embarque em uma jornada, na vida real, em busca de respostas.

The hour of liberation has arrived (dir. Heiny Srour, Líbano/França, 1974, 62’) – LIVRE

No fim dos anos 1960, a província de Dhofar se levantou contra o sultanato de Oman, em um movimento de guerrilha democrático e feminista. A diretora Heiny Srour e sua equipe capturam este registro raro de uma guerra quase esquecida.

Zaman Al Akbar | News Time [Hora das Notícias] (dir. Azza El Hassan, Palestina, 2001, 54’) – LIVRE

Durante a Segunda Intifada, a cineasta decide filmar uma história de amor que se desenrola entre seu senhorio e a esposa dele, mas logo as coisas mudam e ela se vê sozinha na vizinhança com quatro meninos que se tornam os protagonistas do seu filme. Com várias camadas de temas, News Time, questiona o efeito da ocupação e da mídia na vida cotidiana de um bairro palestino. Vencedor do The British Grierson Documentary Award e do Jazeera Jury Award.

Curtas-metragens 

2 Lizards [2 Lagartos] (dir. Meriem Bennani, Orian Barki, Estados Unidos USA, 2020, 22’) – 14 ANOS

Este  filme, dos artistas Meriem e Orian Barki, retrata uma visão surrealista dos primeiros meses da pandemia de COVID-19 conforme ela se desenvolveu na cidade de Nova York. No filme, dois lagartos animados e antropomorfizados servem como protagonistas, movendo-se por uma cidade tomada por uma pandemia, por um isolamento prolongado e por gritos que pedem mudanças por justiça social. Ele destaca o desamparo e a incerteza experimentados por muitos na época, bem como os momentos inesperados de comunidade e conexão compartilhadas. Originalmente lançado como uma série de oito partes na conta do Instagram de Bennani.

A Field Guide To The Ferns [Um Guia de Campo das Samambaias] (dir. Basma al-Sharif, Estados Unidos, 2015, 10’) – 10 ANOS

Um filme de terror de natureza. “A selvageria primitiva encontra a brutalidade do mundo moderno na fatia atemporal do horror visceral de Ruggero Deodato”. O Holocausto Canibal é revivido nas profundezas da floresta de New Hampshire, onde a apatia e a violência se confundem.

Al-Sit (dir. Suzannah Mirghani, Sudão/Catar, 2020, 20’) – 10 ANOS

Em uma aldeia de cultivo de algodão no Sudão, Nafisa, de 15 anos, tem uma queda por Babiker, mas seus pais arranjaram seu casamento com Nadir, um jovem empresário sudanês que mora no exterior. A avó de Nafisa, Al-Sit, a poderosa matriarca da aldeia, tem seus próprios planos para o futuro de Nafisa. Mas pode Nafisa fazer suas próprias escolhas?

As If No Misfortune Had Occurred in the Night [Como Se Nenhum Infortúnio Tivesse Ocorrido à Noite] (dir. Larissa Sansour e Søren Lind, Reino Unido, 2022, 20’) – 16 ANOS 

Embebido em preto e branco, a cantora soprano palestina, Nour Darwish  entrega uma ária em árabe sobre sofrimento intergeracional e luto materno. A composição assombrosa, baseada na Kindertotenlieder de Gustav Mahler e na canção tradicional palestina Mashaal, traça um século de perdas e conflito angustiante com poder e graça extraordinários.

Don’t Get Too Comfortable [Não Fique Muito Confortável] (dir. Shaima Al Tamimi, Iêmen/Quênia/EUA/Catar/ Emirados Árabes Unidos, 2021, 9’) – 10 ANOS

Don’t Get Too Comfortable é uma carta introspectiva sincera para meu falecido avô. A carta questiona o padrão contínuo de movimento entre os iemenitas na diáspora. O filme combina fotografias de arquivo, filmagens originais, animação parallax e vídeos abstratos para criar um corpo de trabalho audiovisual que chame atenção para o sentimento coletivo de ser apátrida e para a sensação de ser compreendido pelos migrantes iemenitas (ou não iemenitas).

Electrical Gaza [Gaza Elétrica] (dir. Rosalind Nashashibi, Reino Unido, 2015, 18’) – 16 ANOS

Em Electrical Gaza , Nashashibi combina as suas filmagens de Gaza às do faz-tudo, dos motoristas e do tradutor que a acompanharam até lá, com cenas animadas. Ela apresenta Gaza como um lugar do mito; isolado, suspenso no tempo, de difícil acesso e com a tensão no ar. Comissionado pelos curadores do Imperial War Museum.

Home Movies Gaza [Filmes Caseiros Gaza] (dir. Basma Alsharif , França/Territórios Palestinos, 2013, 24’) – 10 ANOS

Home Movies Gaza nos apresenta a Faixa de Gaza como um microcosmo para o fracasso da civilização. Na tentativa de descrever o cotidiano de um lugar que luta pelos direitos humanos mais básicos, este filme reivindica uma perspectiva de dentro dos espaços domésticos de um território complicado, abandonado e totalmente indissociável de sua identidade política.

Let My Body Speak [Deixe Meu Corpo Falar] (dir. Madonna Adib, Reino Unido, 2020, 10’) – 14 ANOS

Este documentário é uma jornada pessoal e íntima que explora a experiência de repressão da cineasta durante a sua infância, quando ela enfrentou o controle sexual em Damasco enquanto também experimentava uma crescente repressão sociopolítica no final dos anos 80, início dos anos 90. Através do uso criativo do arquivo familiar em Damasco junto a imagens atuais de seu corpo, ela reconstrói a dor do passado absorvida por este corpo.

Life on the CAPS Trilogy [Trilogia: Vida na CAPS] (dir. Meriem Bennani, Estados Unidos/Marrocos, 2022, 76’) – 14 ANOS

Ambientada em um futuro sobrenatural e distópico, Life on the CAPS Trilogy retrata uma ilha fictícia no meio do Oceano Atlântico. No mundo da CAPS (abreviação de “cápsula”), o teletransporte substituiu as viagens aéreas e as populações desalojadas utilizam esse meio de transporte para cruzar oceanos e fronteiras. Cercada por um escudo magnético, a CAPS abriga migrantes que foram pegos se teletransportando ilegalmente. Instalados em enclaves movimentados, os cidadãos da CAPS desenvolveram sua própria cultura híbrida e seus modos de se opor e desafiar as tropas estadunidenses que patrulham a ilha.

Moonscape (dir. Mona Benyamin, Palestina, 2020, 17’) – 12 ANOS

Moonscape é um curta-metragem que assume a forma de um videoclipe de uma música de estrada, realizada em dueto entre um cantor e uma cantora, em árabe. A música traça a história de um homem chamado Dennis M. Hope, que reivindicou a propriedade da Lua em 1980 e assim fundou a Embaixada Lunar – uma empresa que vende terras em vários planetas e luas –, criando uma conexão entre sua história e a da diretora – uma jovem palestina que vive sob a ocupação israelense, desejando acabar com a miséria de seu povo de qualquer maneira possível. Um híbrido de cenas surrealistas da indústria da música árabe, reencenadas pelos pais do artista que também interpretam os papéis dos cantores, além de imagens dos arquivos da NASA e referência ao filme noir. .

Sahbety | My Girl Friend [Minha Amiga] (dir. Kawthar Younis, Egito, 2022, 17’) – 10 ANOS

Desesperado por intimidade, Ali segue a sugestão da namorada, o que coloca o relacionamento deles à prova. O plano se desenrola inesperadamente quando os papéis de gênero se confundem.

Toutes les Nuits | Behind Closed Doors [Todas as Noites] (dir. Latifa Said, França, 2021, 21’) – 10 ANOS

Belleville. Um bairro operário parisiense. Há dois anos Nadia mora sozinha com o filho, Samy, de 15 anos. Ela ensina francês para prostitutas chinesas em uma associação. Comprometida com o trabalho, ela se aproxima de uma de suas alunas, Mei, que está juntando dinheiro para o filho viajar para a França. Mas uma noite, Mei é presa e corre o risco de ser expulsa. Nadia fará o que for preciso para protegê-la, mesmo arriscando perder o seu filho.

WARSHA (dir. Dania Bdeir, França/Líbano France/Lebanon, 2022, 16’) – 14 ANOS

Mohammad é um operador de guindastes que trabalha em Beirute. Em uma certa manhã, ele se voluntaria para ficar responsável por um dos guindastes mais altos e notoriamente mais perigosos do Líbano. Longe dos olhos de todos, ele consegue viver sua paixão secreta e encontrar a liberdade.

We Began by Measuring Distance [Nós Começamos Medindo Distâncias] (dir. Basma Alsharif, Egito, 2009, 19’) – 10 ANOS

Longos quadros estáticos, texto, linguagem e som são costurados para desenvolver a narrativa de um grupo anônimo que ocupa o seu tempo medindo distâncias. Medidas inocentes transitam para medidas políticas, examinando como a imagem e o som comunicam a história. We Began by Measuring Distanceexplora um desencanto final com a realidade quando o visual falha em comunicar o trágico.

Who Is Afraid of Ideology? Part 4: Reverse Shot [Quem Tem Medo de Ideologia? Parte 4: Contraplano] (dir. Marwa Arsanios, Alemanha/Líbano, 2022, 35’) – 12 ANOS

O filme Who Is Afraid of Ideology? Part 4: Reverse Shot surge de um projeto colaborativo que está tentando mudar a situação de uma terra privada no norte do Líbano para um waqf (doação de terra para fins comuns ou sociais). O objetivo seria promover o direito de uso da propriedade. A terra seria usada apenas por pessoas que não possuem uma propriedade para fins agrícolas. O filme segue esse processo e a ele acrescenta uma reflexão sobre como a terra, um objeto vivo, resiste inerentemente à propriedade. A matéria e a terra tornam-se testemunhas de uma certa história de não-propriedade. A interconexão do geológico, do histórico, do legal e do agrícola traz uma espécie de ecologia do pensamento, cujo objetivo é a comunalização e a reabilitação.

Three Disappearances and a Song [Três Desaparecimentos e uma Canção] (dir. Nadia Ghanem, Egito, 2021, 27’) – 10 ANOS

À medida que a presença de meu avô no país se torna cada vez mais problemática, minha mãe decide, pouco a pouco, nunca mais tocar em uma câmera, meu pai se convence obsessivamente do seu próprio desaparecimento e algo quase milagroso acontece em 1976, em Montreux: Nina Simone volta da aposentadoria. Em Three Disappearances and a Song, revisito o arquivo da família, pego minha câmera e filmo três pessoas lutando para encontrar novas maneiras de existir: minha mãe, meu pai e eu.

The Window [A Janela] (dir. Sarah Kaskas, Líbano, 2021, 16’) – 14 ANOS

Um ano após a explosão do porto de Beirute, Basma e Mariam se reencontram em seu antigo quarto. Cercadas por uma vista das ruínas do porto, as duas mulheres tentam resolver seu trauma compartilhado e seu relacionamento rompido.

Mubarak Mubarak al-Nisyan | Blessed Blessed Oblivion[Abençoado Abençoado Esquecimento] (dir. Jumana Manna, Palestina, 2010, 21’) – 16 ANOS

Blessed Blessed Oblivion tece um retrato da performatividade masculina na Jerusalém Oriental, vista em academias, oficinas e barbearias. Inspirado em Scorpio Rising (1963), de Kenneth Anger, o vídeo usa colagem visual e trilha sonora como um comentário irônico. Os temas de Anger – motociclistas vestidos de couro –, servem como um contraponto à cultura que Manna tenta retratar, a cultura masculina “bandida” em Jerusalém Oriental. Ao mesmo tempo que psicologiza os personagens e se seduz por eles, Manna se vê em um vínculo duplo, parecido com o desejo conflituoso que move seu protagonista enquanto ele vai de discursos degradantes a declamações de poemas heroicos ou a uma autoexaltação sem limites.

Canada Park (dir. Razan AlSalah, Canadá/Palestina, 2020, 8’) – 12 ANOS

Eu ando na neve para cair no deserto. Eu me encontro em território indígena não cedido que chamam de Canadá – uma exilada incapaz de retornar à Palestina. Eu ultrapasso a fronteira colonial como um espectro digital que flutua pelo Parque Ayalon-Canadá, transplantado para três aldeias palestinas arrasadas pelas Forças de Defesa de Israel em 1967.

SERVIÇO

3ª Mostra de Cinema Árabe Feminino

De 22 de março e 10 de abril de 2023

34 obras cinematográficas dirigidas por mulheres retratando a diversidade do cinema árabe contemporâneo. 

Centro Cultural Banco do Brasil

Rua Primeiro de Março, 66 – Centro – Rio de Janeiro / RJ

Cinema I (102 lugares – 4 para cadeirantes)

Entrada gratuita

Ingressos: Disponíveis na bilheteria física ou em bb.com.br/cultura, a partir das 9h do dia da sessão.

Para as mesas redondas, ingressos disponibilizados 1h antes do início, apenas na bilheteria física. Para a masterclass, inscrição prévia, mais informações em www.instagram.com/cinema_arabefeminino

Informações: [email protected] | bb.com.br/cultura

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