Margareth Menezes sobre chance de Oscar: ‘Se a Fernanda ganhar, vai simbolizar a volta por cima’

André Luiz Por André Luiz
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Rio de Janeiro – A ministra da Cultura, Margareth Menezes, participou, na manhã desta quinta-feira (3), da assinatura de um acordo inédito de cooperação audiovisual entre Brasil e França, ao lado do diretor de assuntos europeus e internacionais do Centre National du Cinéma et de L’image Animée (CNC), Jérémie Kessler.

A cerimônia ocorreu no Armazém da Utopia, na capital fluminense, durante o Festival do Rio, e destacou o compromisso entre os dois países no setor audiovisual.

Ministra da Cultura, Margareth Menezes e o diretor de assuntos europeus e internacionais do Centre National du Cinéma et de L'image Animée (CNC), Jérémie Kessler. Crédito: Paulo Monteiro / Diário Carioca
Ministra da Cultura, Margareth Menezes e o diretor de assuntos europeus e internacionais do Centre National du Cinéma et de L’image Animée (CNC), Jérémie Kessler. Crédito: Paulo Monteiro / Diário Carioca

Em entrevista ao Diário Carioca, Margareth Menezes ressaltou a importância da Cultura brasileira, refletindo sobre o impacto do governo anterior no setor e as mudanças implementadas nos últimos meses. Segundo a ministra, a indústria audiovisual brasileira sempre teve potencial, mas faltava uma política pública que estimulasse seu crescimento.

“O Brasil sempre conseguiu produzir cinema, sempre teve uma consideração importante. O que não havia era uma política visando poder deslanchar esse conceito de indústria”, explicou.

Menezes também mencionou as dificuldades enfrentadas nos anos anteriores, marcados por retrocessos e perseguições políticas que impactaram diretamente o setor.

“Sofremos muito com a desconstrução de tudo que já havia. Foram 6 anos de sofrimento, especialmente no setor do audiovisual, perseguições políticas inclusive”, disse.

Ela enfatizou, no entanto, que o cenário está mudando desde que assumiu a pasta, destacando a retomada das políticas culturais e o diálogo com o mercado audiovisual.

“Há 1 ano e 8 meses que estamos com esse olhar, retomando, abrindo também o diálogo”, afirmou ao DC.


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Segundo a ministra, o audiovisual brasileiro está em um momento de crescimento, com investimentos cada vez maiores, inclusive no mercado internacional.

“Estamos investindo cada vez mais na abertura do mercado internacional”, declarou.

Menezes citou ainda o lançamento de um fundo anual destinado à Cultura, reforçando o compromisso do governo com o setor.

“Acabamos de lançar a verba anual de cultura, R$ 1 bilhão e 200 milhões foram investidos. O cinema, o audiovisual realmente, hoje, é um setor que já provou e mostrou a sua força”, ressaltou.

A ministra destacou que o objetivo agora é modernizar e qualificar o setor. “A gente agora quer qualificar, modernizar, ferramentar. Esse é o papel do Ministério da Cultura, auxiliar”, acrescentou.

Ministra da Cultura, Margareth Menezes Crédito: Paulo Monteiro / Diário Carioca
Ministra da Cultura, Margareth Menezes Crédito: Paulo Monteiro / Diário Carioca

Festival do Rio

Sobre o Festival do Rio, Menezes afirmou que ele é um dos mais importantes da América Latina e que a tendência é de crescimento nos próximos anos.

“O Festival do Rio é um dos mais importantes da América Latina, um festival fantástico. E a tendência a partir de agora é cada vez crescer mais. E o cinema voltou a ser internacional”, afirmou a ministra ao Diário Carioca.

Corrida para o Oscar

Ao final, a ministra comentou sobre a indicação do filme “Ainda Estou Aqui” de Walter Salles, que representará o Brasil na disputa por uma vaga no Oscar de 2025, na categoria de Melhor Filme Internacional.

Segundo Menezes, a indicação do filme e a possível vitória de Fernanda Torres são símbolos da superação dos desafios enfrentados pela Cultura no Brasil nos últimos anos.

“Se a Fernanda ganhar, vai simbolizar a volta por cima por tudo o que passamos. Vai simbolizar o grito da Cultura brasileira”, afirmou a ministra.

Em tom descontraído, ela declarou sua torcida para que a atriz leve o prêmio que sua mãe, Fernanda Montenegro, não conquistou com o filme “Central do Brasil”. “Tenho fé em Deus. Estou torcendo pra isso”, finalizou a ministra.


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