Curitiba – O escritor Dalton Trevisan, conhecido como “O Vampiro de Curitiba”, morreu nesta segunda-feira (9), aos 99 anos.
Considerado um dos maiores autores brasileiros, ele faleceu em casa, na capital paranaense. O escritor era famoso pela descrição das angústias urbanas e pela reclusão.
A notícia surgiu inicialmente em um serviço de falecimentos de Curitiba, mas a publicação foi retirada pouco depois.
Familiares confirmaram que a cerimônia de cremação ocorrerá na terça-feira (10), restrita a parentes próximos, seguindo orientações deixadas por Trevisan.
Um gênio recluso e sua obra marcante
Breve biografia
Dalton Jérson Trevisan nasceu em 14 de junho de 1925, em Curitiba, Paraná. Antes de se dedicar integralmente à literatura, atuou como advogado por sete anos após formar-se em Direito pela Faculdade de Direito do Paraná.
Seu reconhecimento começou com o livro “Novelas Nada Exemplares” (1959), que recebeu o Prêmio Jabuti. No entanto, o título que o consagrou foi “O Vampiro de Curitiba” (1965), cujos contos refletem a complexidade e os dilemas da vida curitibana.
Principais obras
Trevisan publicou dezenas de livros ao longo de sua carreira. Entre os mais notáveis estão:
- “Cemitério de Elefantes” (1964);
- “A Guerra Conjugal” (1969);
- “Crimes da Paixão” (1978).
Suas narrativas, de linguagem direta e profunda, conquistaram prêmios importantes, como o Prêmio Camões, em 2012, pelo conjunto da obra.
Contribuição como editor
Entre 1946 e 1948, Trevisan editou a revista Joaquim, promovendo autores renomados como Carlos Drummond de Andrade e Antônio Cândido. A publicação também destacou traduções de Franz Kafka e Marcel Proust, além de ilustradores como Di Cavalcanti.
Últimos projetos e celebrações
A coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo, revelou que a Editora Todavia prepara uma antologia com contos de Trevisan. O lançamento está previsto para 2025, ano do centenário de nascimento do autor.