Morre J. Borges, mestre da xilogravura e do cordel, aos 88 anos

Artista pernambucano deixa legado inestimável para a cultura popular brasileira

Redacao
Por Redacao
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Bezerros — O xilogravurista, poeta e cordelista J. Borges faleceu na manhã desta sexta-feira (26), aos 88 anos, em Bezerros, no Agreste de Pernambuco.

A informação foi confirmada pelo filho do artista, Pablo, ao portal g1. Segundo familiares, J. Borges foi internado há duas semanas por problemas no pulmão e coração, mas recebeu alta e morreu em casa, por volta das 6h da manhã.

Resumo da Notícia

  • Nome: J. Borges (José Francisco Borges)
  • Idade: 88 anos
  • Local: Bezerros, Pernambuco
  • Falecimento: 26 de julho
  • Velório: Centro de Artesanato, Bezerros (data e horário a definir)
  • Reconhecimentos: Patrimônio Vivo de Pernambuco, Ordem do Mérito Cultural, prêmio Unesco

Trajetória do Artista

Conhecido como mestre da arte popular brasileira, J. Borges frequentou a escola por apenas um ano, onde aprendeu a ler, escrever e fazer contas. Na juventude, trabalhou como carpinteiro e pedreiro até descobrir a literatura de cordel. Há 60 anos, ele começou a escrever e a produzir suas próprias xilogravuras.

A primeira xilogravura de J. Borges, uma imagem de uma igrejinha, marcou o início de uma carreira brilhante na arte da gravura em madeira. Em entrevista ao Jornal Nacional, ele declarou: “Eu, quando inicio um cordel para escrever ou uma gravura para fazer, penso logo se vai tocar no sentimento do povo”.

Exposições e Reconhecimentos

Suas obras estão atualmente em uma exposição gratuita no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, até 25 de março de 2025. O curador da exposição, Lucas Vandebeuque, afirmou: “É uma das pessoas que ajudou a moldar uma ideia visual sobre o Nordeste e sobre a xilogravura brasileira”.

Além do Brasil, J. Borges teve suas obras expostas no Museu do Louvre, na França, e em países como Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba. Ele foi agraciado com diversos prêmios, incluindo a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Encontros Marcantes e Influências

O encontro com o escritor Ariano Suassuna no início da década de 1970 foi um marco na carreira de J. Borges. Encantado pela criatividade das gravuras, Ariano ajudou a levar a obra do amigo para o mundo. José Saramago também era fã de seu trabalho, tendo suas ilustrações no livro “O Lagarto” do escritor português.

J. Borges ilustrou capas de livros de Eduardo Galeano e inspirou documentários e o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha em 2018.

Sobre J. Borges

José Francisco Borges, conhecido como J. Borges, nasceu em Bezerros, Pernambuco. Ele começou a trabalhar aos 10 anos e publicou seu primeiro cordel em 1964. A necessidade de ilustrar seus versos o levou à xilogravura, uma técnica que ele dominou sem esboço ou rascunho, talhando diretamente na madeira. Suas obras refletem de maneira original a cultura nordestina.

FAQ sobre J. Borges

Quem foi J. Borges?

J. Borges foi um xilogravurista, poeta e cordelista pernambucano, reconhecido como mestre da arte popular brasileira.

Quais prêmios ele recebeu?

Ele recebeu a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio Unesco na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Onde suas obras estão expostas atualmente?

Suas obras estão em exposição no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, até 25 de março de 2025, e já foram exibidas no Museu do Louvre, na França, e em vários outros países.

Qual foi a primeira xilogravura de J. Borges?

A primeira xilogravura de J. Borges foi a imagem de uma igrejinha, esculpida em madeira e impressa no papel.

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