"A democracia está em risco", diz Eugênio Bucci no #Provoca

Divulgação


Nesta terça-feira (7/9), Marcelo Tas conversa com o professor e jornalista Eugênio Bucci no #Provoca. Eles falam sobre democracia, jornalismo, o livro A Superindústria do Imaginário, manipulação e muito mais. Vai ao ar na TV Cultura, a partir das 22h.

Quando questionado por Tas se a democracia está em risco, Bucci comenta que é evidente que sim e explica: “O Brasil é um país que a liberdade de imprensa declina. Os indicadores de qualidade democrática declinam. Chega a ser irresponsável a gente sair por aí falando que a democracia funciona normalmente porque o presidente da República, Jair Bolsonaro, nunca censurou ninguém, ele não pode censurar. Se pudesse, já teria censurado milhões”.

Sobre o jornalismo brasileiro ser para poucos, Eugênio comenta que a democracia no Brasil é para poucos. “Não há democracia se a polícia entra no seu bairro dando tiro, mata pessoas e depois fala que a bala era perdida. Se as escolas fecham e uma criança que não tem computador fica um ano sem escola. A democracia supõe as liberdades e os direitos, mas supõe o direito materialmente observado, vivido e nós não temos democracia para boa parte dos brasileiros”.

Bucci fala também sobre seu livro A Superindústria do Imaginário. Ele comenta que o tempo do lazer se transformou numa forma de trabalho porque durante esse tempo as pessoas estão produzindo signos. “É um monte de gente olhando aquela associação entre o logotipo do banco e a cor. Isso é um trabalho, eu crio a cola entre o significante e o significado. E isso acontece porque olhar é um trabalho”, explica.

Na edição, Eugênio destaca também que é possível o maquinário se apropriar do circuito secreto do desejo de cada pessoa. “Os algoritmos, a indústria e a gestão da Cambridge Analytica sabem. Se a pessoa tem medo de escuro, eu associo algo que vai cutucar isso para identificar o candidato adversário. Isso é muito poderoso. É um grau de manipulação que nós não conhecíamos”, diz.