Estreia na Vila Cruzeiro e no Parque das Ruínas neste mês a exposição “DABG: A tristeza e a alegria de ser”, primeira exposição individual da artista visual Bruna Gomes. Inspirada em um trecho de “Rap da felicidade”, música dos funkeiros cariocas Cidinho e Doca, que versa sobre a vida e o contraste de sentimentos vivenciados pelos moradores das favelas, a exposição, assim como na canção, retrata através da rotina vivida pela própria artista, toda a beleza e valor da cultura e peculiaridade periférica, mas também como na música da dupla, flagra o caos e a violência que acontecem nas periferias do Rio. Trazendo trabalhos inéditos e releituras de trabalhos antigos, DABG irá retratar neste trabalho a relação de tristezas e alegrias existentes no cotidiano favelado. A artista participou da exposição “Visão de Cria”, mostra coletiva que aconteceu no Memorial Municipal Getúlio Vargas e também de “Favela nas Ruínas” mostra que ficou exposta nas ruínas do Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas.
A mostra será colocada nas paredes das ruas e becos da Vila Cruzeiro a partir do dia 26/03. Já a exposição simultânea, terá a sua abertura, na Galeria do túnel do Centro Cultural Municipal Parque das Ruínas, no dia 25/03 com duração até o dia 04/04, com entrada franca de terça a domingo, sempre das 09h às 16h. O projeto é idealizado pelo Coletivo PHCRIA, grupo composto por artistas e produtores culturais da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Criado em 2023, numa união coletiva logo após alguns trabalhos desenvolvidos juntos em 2022 através do Programa Aprendiz Cultural da Secretaria Municipal de Cultura e de outras iniciativas independentes, a exposição é o primeiro trabalho oficial do grupo como coletivo organizado.
“DABG: A tristeza e a alegria de ser” trará a trajetória e a vivência da artista visual, que flutua entre felicidades e angústias de vir de uma periferia carioca. Entre retratos de sua vida pessoal à cenas que chamam sua atenção no dia-a-dia, a artista revela neste trabalho os aspectos sociais e culturais de seu cotidiano na cidade e na favela, trazendo também ao debate público importantes reflexões e denúncias. “É um trabalho que desenha a beleza da cultura popular, mas também as suas problemáticas, a partir de uma visão de quem não só enxerga de perto mas vive na pele” – descreve Gabz Muniz, curadora da exposição.
Sobre a artista
Bruna Gomes, cuja o vulgo artístico é DABG, é artista visual autodidata desde pequena, mas nos últimos 3 anos vem se dedicando aos seus estudos e práticas visuais, melhorando cada vez mais suas técnicas e estabelecendo sua identidade visual. Alimenta seu repertório criativo a partir de seu cotidiano, utilizando a ilustração, a fotografia e preferencialmente a pintura para esboçar suas crônicas visuais. Bruna cria suas artes a partir das suas próprias experiências e visões, mas também utiliza das vivências que presencia ao seu redor. Transitando entre os acontecimentos mais pessoais e sua realidade social, DABG retrata o dia-a-dia através do seu olhar, trazendo além de valorização e protagonismo para a periferia, relevantes questionamentos e reflexões.
Sobre o Coletivo PHCRIA
Foi pensado em 2022, quando seus integrantes puderam desenvolver alguns projetos juntos como “Favela nas ruínas” exposição de quadros e esculturas que ocorreu no Parque das Ruínas, em Santa Teresa, e “Perifa Festival”, festival de múltiplas linguagens artísticas que aconteceu no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Humaitá. Após notarem as afinidades no trabalho em conjunto, as identificações em relação à produção cultural e a origem no bairro da Penha em comum, o resultado foi a criação do Coletivo PHCRIA. A ideia do coletivo tomou forma em 2023, com a primeira produção oficial do coletivo, a exposição “DABG: A tristeza e a alegria de ser”. A proposta do coletivo é promover projetos e atividades culturais de diversas linguagens artísticas que valorizem a cultura popular e seus territórios, e principalmente sua arte e artistas.