Espetáculo “ROSE” se apresenta gratuitamente em Japeri e na Maré

O drama cômico escrito por Cecilia Ripoll e dirigido por Vinicius Arneiro aborda a escassez de comida por meio de uma personagem dividida em dois mundos opostos: a escola pública sem merenda e a mansão onde a patroa desperdiça alimentos

Rose é funcionária de uma escola pública de um bairro periférico. Além de trabalhar como merendeira, aos finais de semana é cozinheira de uma família rica. Sendo a responsável pelas compras da casa, passa a levar sobras de comida para a cantina, com o objetivo de oferecer mais alimentos para aquelas crianças que necessitam da escola para fazer suas refeições diárias. É esse o mote do espetáculo “ROSE”, texto com dramaturgia de Cecilia Ripoll (indicada ao Prêmio Shell de Melhor Autora) e direção de Vinicius Arneiro.

Após bem-sucedidas temporadas presenciais no Rio de Janeiro e em Curitiba e uma incursão consistente no virtual, o trabalho reestreia no Espaço Cultural Código em Japeri, em única sessão no dia 17/09 às 15h. Haverá também duas apresentações no Museu da Maré, no Rio de Janeiro: 18/09, às 16h e 19/09, às 19h. Ambas com entrada gratuita. A montagem tem o apoio institucional do Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, através do Edital Retomada Cultural RJ2.

“A princípio eu pensei em escrever um texto sobre a precariedade das condições de trabalho de um artista no Rio de Janeiro. Mas depois me veio um desconforto em falar do teatro dentro do teatro. Precisava falar de questões que abrangessem um maior número de pessoas. Então veio essa questão da fome. Essa questão da escassez de comida no momento de formação, de crescimento. A fome, que tinha sido quase erradicada no nosso país e que de repente voltou a se colocar“, afirma Cecília.

Além de abrir questionamentos sobre a conduta de Rose e sobre o estado de calamidade das políticas públicas no que se refere à merenda escolar, a dramaturgia também aposta em dois outros personagens: Maria Juliana e Antônio Pedro. Ela é filha de Rose e ele é filho da patroa. Dois adolescentes que, logo após se conhecerem, vivem uma relação de implicância mútua, que pode ser amor, mas também ódio.

“Leio ‘Rose’ como uma dramaturgia de reentrância, isto é, como algo que se curva para dentro de si mesmo, provocando dobras internas. É uma escrita impura e de alto teor literário, tem ares de romance, é uma saga épica, é uma peça de teatro, é na primeira, na segunda e na terceira pessoa que a coisa se compõe. É o olhar da classe trabalhadora sobre a vida, é sobre luta de classes, sobre paixão, comida, ética e caráter. Ou seja, a própria história é protagonista e faz de seus personagens fiação desencapada para conduzir a eletricidade dos temas”, reflete Vinicius Arneiro.

ROSE- Crédito Preticia Jerônimo
ROSE- Crédito Preticia Jerônimo

A história do espetáculo, que tem como um de seus cenários a escola, foi a ponte para expandir o projeto e traçar uma relação entre educação e a cultura. Em 2021, ainda no auge da pandemia, a atriz e articuladora cultural Natasha Corbelino firmou uma parceria com o Museu da Maré e o Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), dando continuidade as ações coletivas que ela já desenvolvia nesses espaços. Apresentações online do espetáculo “Rose” e um programa de ações formativas nas artes da cena, com oficinas de dramaturgia, interpretação e direção foram algumas das atividades implementadas. Agora, além de retomar e aprofundar os laços de criação e continuidade com a Maré, a apresentação no Espaço Cultural Código pretende ainda realizar um intercâmbio com o Grupo Código, companhia teatral localizada em Japeri, na Baixada Fluminense, com mais de 16 anos de atuação.

“Como atriz da peça Rose e como parceira do Museu da Maré, do CEASM e do Grupo Código, me sinto honrada de fazer a articulação entre projetos tão ricos na produção de memória e na invenção de futuros unindo Cultura e Educação. Isso move nossos sonhos de Brasil, produz saúde coletiva”, finaliza Natasha Corbelino.

ROSE- Crédito Preticia Jerônimo
ROSE- Crédito Preticia Jerônimo

SINOPSE: 

De segunda a sexta pouca comida para as crianças da escola municipal. Aos fins de semana, sobras intermináveis são jogadas fora em um apartamento de classe alta. Rose cozinha em mundos radicalmente diferentes: aquilo que para uns é lixo, para outros pode ser a salvação. Como atravessar muros que parecem intransponíveis?

SERVIÇO:

ROSE

– 17 de setembro no Espaço Cultural Código às 15h

– 18 de setembro no Museu da Maré às 16h

– 19 de setembro no Museu da Maré às 18h

Endereços:

Espaço Cultural Código: Rua Davi, 397 – Nova Belém – Japeri – RJ

Museu da Maré: Avenida Guilherme Maxwell, 26 – Maré – Rio de Janeiro – RJ

Classificação Indicativa: 12 anos

Duração: 75 minutos

Entrada Franca

FICHA TÉCNICA:

Dramaturgia: Cecilia Ripoll

Direção: Vinicius Arneiro

Atuação: Ângela Câmara, Joice Marino, Márcio Machado, Natasha Corbelino e Thiago Catarino

Assistência de Direção: Marcela Andrade

Direção de Arte: Flavio Souza

Figurinista Assistente: Paulo Vitor

Iluminação: Livs Ataíde

Direção Musical: Tato Taborda

Contrarregra e assistente de iluminação: Wellington Fox

Fotos de cena: Paula Kossatz, Lorena Zschaber e Elisa Mendes

Filmagem: Nathália Rodrigues

Programador visual / Adaptação das peças gráficas: Lucas Moratelli

Registro de imagens, gravação: Ana Moura

Mídias Sociais: Waleska Arêas

Assessoria de Imprensa: Lyvia Rodrigues (Aquela que Divulga)

Direção de Produção: Natasha Corbelino 

Produção Executiva e Logística: Clarissa Menezes

Pré produção: Monique Vaillé, DELAS Produções

Intérprete de Libras: JDL Traduções

Produção de Base: Milena Monteiro

Assistente de produção: Waleska Âreas

Produção local: Fillipe Vaz (Japeri) e Leona Kali (Maré)

Administração Financeira: Nely Coelho

Contador: JOPEC

Prestação de Contas: Monique Vaillé e Natasha Corbelino

Parcerias institucionais: Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré (CEASM), Museu da Maré e Grupo Código

Realização: Corbelino Cultural