“Perdoa-me por me traíres” retorna aos palcos no Sesc Copacabana

Com direção de Daniel Herz, espetáculo sucesso de público e crítica chega à 5ª temporada abordando temas atemporais como prostituição, aborto, violência, traições e relações familiares

“A talentosa e clássica direção de Daniel Herz valoriza e destaca o trabalho dos atores, o que faz com que as reações ao texto aconteçam exatamente como deve acontecer. E ficamos a pensar: atire a primeira pedra quem não traiu? Ou quem nunca criou uma situação para ser traído? E além do mais, perdão foi feito para a gente pedir.” (Claudia Chaves, crítica teatral)

(Wendell Bendelack e Tatiana Infante/ - Foto:  Paulo Henrique Costa Blanca)
(Wendell Bendelack e Tatiana Infante/ – Foto: Paulo Henrique Costa Blanca)

Após hiato de três anos, “Perdoa-me por me traíres”, sob direção de Daniel Herz, está de volta aos palcos cariocas, dessa vez no Sesc Copacabana. Com texto do prestigiado Nelson Rodrigues, escrito em 1957, a peça inicia sua quinta temporada a partir de 19 de janeiro, permanecendo em cartaz até 12 de fevereiro. Com formação renovada, o elenco da nova temporada é composto por Bob Neri, Clarissa Kahane, Gabriela Rosas, João Marcelo Pallottino, Paulo Hamilton, Rose Lima, Tatiana Infante, Valéria Alencar e Wendell Bendelack. Anteriormente encenada em palco italiano, a montagem, agora em formato arena, ganha novas marcações de cena e adaptação de cenário, trazendo assim um novo olhar para o público.

Para Daniel Herz, Nelson é universal e por isso sempre atual. Segundo ele, o grande desafio é manter sua linguagem, suas expressões e jargões, e ao mesmo tempo parecer que ela é dos nossos dias, nosso momento. Apesar de ser um texto dos anos 50, o espetáculo aborda, através do humor ácido rodriguiano, assuntos atemporais como: traições, prostituição e violência trazendo para o debate temas de extrema importância como o aborto e as relações familiares.

Wendell Bendelack, Clarissa Kahane e Bob Neri/ crédito: Paulo Henrique Costa Blanca
Wendell Bendelack, Clarissa Kahane e Bob Neri/ crédito: Paulo Henrique Costa Blanca

“Tem algumas peças dele que sou apaixonado e o ‘Perdoa-me por me traíres’ é uma delas porque existem alguns temas que me interessam muito. Como, por exemplo, as traições, que acho importante refletir na nossa cultura monogâmica. É importante entender como a gente se relaciona com essas contradições que surgem, às vezes, na sociedade. Além disso, ele mostra como as relações familiares podem se deteriorar. Tudo isso com uma ideia de atemporalidade incrível”, comenta o diretor.

O drama, uma tragédia de costumes, traz a história de Glorinha (Clarissa Kahane), uma jovem de 16 anos, virgem e de família classe média que é levada pela colega de escola, Nair (Rose Lima), a uma luxuosa casa de prostituição, que recebe deputados, como o Deputado Jubileu de Almeida (Bob Neri) e outros “fregueses com imunidades”. O lugar, gerenciado por Madame Luba (Tatiana Infante) e seu fiel escudeiro Pola Negri (Wendel Bendelack) , acaba fascinando a menina que, após o suicídio de sua mãe, Judite (Gabriela Rosas), cresceu reprimida pelo casal de tios com quem vivia, Tio Raul (Paulo Hamilton), de quem era objeto de desejo, e Tia Odete (Valéria Alencar), uma mulher doente, que vive vagando pela casa, tal qual um zumbi, a repetir: “Está na hora da homeopatia”. Porém, a aventura de Glorinha chega aos ouvidos do abominável Tio Raul e, a partir daí, segredos inimagináveis são revelados acerca de sua origem, de seu passado obscuro e de seus pais. Através desse trânsito entre o passado e o presente, a peça faz o espectador mergulhar em um universo cruel e realista de tirar o fôlego.

“Com relação ao espetáculo, acredito que a direção de Daniel Herz seja uma das melhores de sua brilhante carreira. E não vou me deter em aspectos puramente técnicos, pois o encenador os domina há muito tempo. Quero enfatizar sua capacidade de imprimir à cena uma atmosfera ao mesmo tempo austera e sóbria, mas nem por isso isenta da virulência e da passionalidade inerentes ao texto.” (Lionel Fischer, crítico teatral)

“Asseguro-lhes que “Perdoa-me por me traíres” é um dos oito melhores espetáculos que estrearam, até o presente momento, no Rio de Janeiro, neste primeiro semestre de 2017, e promete, e merece, uma longa carreira, em outros palcos, após a atual temporada. Daniel Herz e seu fabuloso elenco me fizeram até gostar do texto. Em se tratando da relação Eu/ Nelson Rodrigues, isso não é para qualquer um.” (Gilberto Bartholo, crítico teatral)

SERVIÇO

Nome do espetáculo: Perdoa-me por Me Traíres

Datas: de 19/01 a 12/02

Horário: de quinta a domingo, às 20h

Local: Arena do Sesc Copacabana

Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160, Copacabana, Rio de Janeiro – RJ

Ingressos: R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia), R$ 30 (inteira)

Informações: (21) 2547-0156

Bilheteria – Horário de funcionamento: Terça a Sexta – de 9h às 20h; Domingos – das 13h às 20h.

Classificação indicativa: 14 anos

Duração: 75 minutos

Gênero: Drama

FICHA TÉCNICA​

Texto: Nelson Rodrigues

Direção: Daniel Herz

Elenco: Bob Neri, Clarissa Kahane, Gabriela Rosas, João Marcelo Pallottino, Paulo Hamilton, Rose Lima, Tatiana Infante, Valéria Alencar e Wendell Bendelack

Direção musical: Ricco Viana

Direção de movimento: Duda Maia

Iluminação: Aurélio de Simoni

Cenário: Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque

Figurino: Antônio Guedes e Yasmin Cardoso

Coreografia: Giulia Valle

Programação visual: Leticia Moraes

Consultoria psicanalítica: Evelyn Disitzer

Assessoria de Imprensa: Lupa Comunicação

Mídias Sociais – Âncora Comunicação Integrada (Bianca Reis)

Técnico e operador de som: Raphael Janeiro

Fotos: Paulo Henrique Costa Blanca

Idealização e produção: Bebel Ambrósio, Clarissa Kahane, Gabriela Rosas, Tatiana Infante.

Direção de Produção: Heder Braga

Assistente de produção: Suellem Fernandes​

Produção: Clarissa Kahane Produções