“Os Encantados do Sossego”, protagonizado pela atriz Fernanda Thurannno Teatro Gláucio Gill

Os Encantados – Foto: Vinícius Mochizuki

Com temporada no Teatro Gláucio Gill, em Copacabana, a partir de 03 de agosto, quinta-feira, Os Encantados do Sossego é espetáculo que resgata o hábito ancestral das famílias da região do Marajó, ao se reunirem para contar histórias e lendas da tradição oral amazônica. Estrelado pela atriz Fernanda Thurann, dirigido por Monique Sobral de Boutteville que também assina a dramaturgia ao lado de Edyr Augusto, a montagem fica em temporada de 03 a 25 de agosto, quintas e sextas-feiras, sempre às 20 horas.

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Idealizadora do projeto, Monique de Boutteville, reflete: “A pesquisa sobre a preservação de algumas práticas artísticas e culturais amazônicas foi iniciada com a atriz Fernanda Thurann em 2015, como um processo de coleta lúdica de dados. Rapidamente, percebemos a potência cênica das narrativas e dos dispositivos de contação que identifico como métodos próprios ao contador marajoara.”

A trama explora lendas e mitos amazônicos ao acompanhar a história de Joana, uma mulher que vive na “Casa do Sossego”, na Ilha do Marajó, na foz do Rio Amazonas. Ela embarca em suas lembranças mais antigas para desvendar os mistérios que rondam a sua família. E se depara com eventos extraordinários – ora trágicos, ora fantásticos – que pairaram sobre aquele núcleo, depois que a família decidiu morar em terras Marajoaras.

A narrativa, de acordo com a diretora, é um emaranhado de memorias. “Ela tem uma forte base nas narrativas coletadas (os mitos do Boto e da Mulher Cheirosa), mas também cita e encarna outras histórias ancestrais, como A Cobra Grande do Sossego. A própria Joana foi construída a partir de referências da mitologia amazônica, como as figuras de Iara, Matinta e Damiana. Mas o texto também tem um caráter autobiográfico de experiências familiares vividas na região. Minhas memorias hoje se confundem com as de Joana, não consigo mais dissociar inteiramente o que é memoria inventada, vivida e coletada”, relata.

A construção da protagonista também evoca importantes temas do universo feminino, como a solidão, a perda e a maternidade. “Eu me identifico com a Joana em diversos aspectos. Talvez muito desse lugar de solidão me é bastante particular e essa ideia de crescer e se ver só no mundo. Essa rotatividade de pessoas e sentimentos que entram e saem de nossas vidas. Outro ponto de identificação é a força que ela tem de, mesmo nas adversidades, tirar algo bonito e valoroso”, conta a atriz Fernanda Thurann.

“Os ensaios para esse trabalho se tornaram um processo muito íntimo, muito delicado, além de tratar de histórias muito reais. Apesar de estarmos contando sobre lendas e mitos da Ilha de Marajó, são histórias que tratam de dores reais e tentamos, de forma lúdica, contar sobre as perdas da vida, que é comum a todos”, acrescenta a atriz. O espetáculo é um convite para conhecer um lugar mágico e exaltar a cultura brasileira. É uma história de amor, fraternidade e de respeito à natureza, aos ancestrais e às crenças de um território místico.

A encenação é ambientada em uma casa em ruinas corroída pelo tempo, pelas encantarias e pela natureza, a cenografia assinada pelo paraense Nando Lima aposta em um conjunto de elementos naturais e objetos cênicos para transpor uma ambientação que se divide entre a floresta amazônica e a casa em ruinas de uma família que já teve muita abundância, mas que que foi corroída pelo tempo, pelas encantarias e pela natureza. Os acessórios são assinados pelo artista-artesão Ronaldo Guedes, ceramista marajoara que traz à cena elementos em barro e madeira. O trabalho do artista também fala sobre ancestralidade e é marcado pelo grafismo marajoara.

O figurino evoca elementos de uma família outrora abastada com traços de vestimentas típicas das danças tradicionais da região.  A trilha sonora do músico e compositor Thiago Sobral possui paisagens sonoras gravadas com sons da floresta que costuram a narrativa. A presença de dois músicos em cena permite um diálogo sonoro direto com a atriz.

Sinopse:

Lendas e mitos amazônicos da história de Joana, lembranças que desvendam os mistérios da família dessa mulher que vive na “Casa do Sossego”, na Ilha do Marajó, na foz do Rio Amazonas. O texto também tem um caráter autobiográfico de experiências familiares vividas na região pela diretora.

Ficha Técnica:

Atriz: Fernanda Thurann Músicos: Thiago Sobral e Lucas Fixel Dramaturgia: Monique Sobral de Boutteville e Edyr Augusto Direção: Monique Sobral de Boutteville Direção Musical: Thiago Sobral Assistência de Direção: Paula Fernanda Andrade Preparação Corporal: Paula Fernanda Andrade Cenografia e Iluminação: Nando Lima Esculturas em cerâmica: Ronaldo Guedes / Ateliê Arte Mangue Marajó Figurino: Maison Revolta Design Gráfico e Criação – Pedro Pedreira Fotografia: Vinícius Mochizuki Assessoria de Imprensa: Passarim Comunicação Gestão de mídia: R+ Marketing Produção Executiva: Ana Beatriz Figueras Assistência de Produção: Pedro Mendes Direção de Produção: Juliana Espíndola CoProdução: Bucker Produções Artísticas Idealização: 4Pontas Produções Artísticas Realização: Brisa Filmes. Serviço:

Os encantados do sossego | Com Fernanda Thurann Estreia: 3 de agosto de 2023 | Quinta-feira Local: Teatro Gláucio Gill Temporada: 03 a 25 de Agosto de 2023 | Dias: Quintas e Sextas-feiras | 3 e 4/8; 10 e 11/8; 17 e 18/8; 24 e 25/8/2023
Horário: 20h Classificação etária: 10 anos Duração: 60 minutos Endereço: Praça Cardeal Arcoverde, s/n – Copacabana, Rio de Janeiro Capacidade: 101 lugares Ingressos: R$30,00 (inteira) e R$15 (meia) Na Bilheteria do Teatro Glaucio Gil – de segunda a domingo, das 16 às 20 horas. Nos dias de evento, a bilheteria abre com 02 horas de antecedência. Compras via internet: https://funarj.eleventickets.com/#!/home