Caminhos da Reportagem debate o papel da indústria farmacêutica

Divulgação TV BrasilA edição inédita do jornalístico Caminhos da Reportagem discute os malefícios para a saúde do consumo em excesso de fármacos. A pauta é aprofundada na matéria especial “Medicalização da Vida” que a TV Brasil apresenta neste domingo (30), às 22h.

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A produção da emissora pública analisa temas como a hipermedicalização, a automedicação e o uso do canabidiol para tratamento de doenças físicas e mentais. O programa consulta especialistas para examinar de que modo os remédios podem causar prejuízos à saúde e ao bem-estar das pessoas. Com reportagem da jornalista Marieta Cazarré, o conteúdo também fica disponível no app TV Brasil Play.

Em 2022, o mercado farmacêutico brasileiro movimentou R$ 106,64 bilhões, representando um aumento de 61% em relação a 2018. A quantidade de drogarias pelas ruas brasileiras aumenta a cada dia. De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, já existem aproximadamente 90 mil estabelecimentos no país.

A atração jornalística questiona se a população está mais saudável porque toma quantidade maio de remédios ou se fica mais adoecida com essa prática. A opinião do psiquiatra Paulo Amarante, pesquisador da Fiocruz, é de que estamos ficando cada vez mais doentes por efeito da própria medicina.

O biólogo e neurocientista Sidarta Ribeiro comenta a fórmula para se buscar o equilíbrio que a humanidade tanto procura nos fármacos. “Dormir, se alimentar e fazer exercícios são a base da saúde humana há 300 mil anos. Por que não seria agora?”, pondera o entrevistado.

Para o neurocientista e professor da Universidade de Brasília, Renato Malcher, um dos feitos a serem comemorados sobre o uso da cannabis é exatamente o que está causando mais resistência: “O fato de ela conseguir substituir uma quantidade enorme de remédios que trazem consigo muitos efeitos colaterais”, afirma.

O médico sanitarista Luiz David Castiel critica a indústria farmacêutica por estimular o consumo de remédios. “O papel da indústria farmacêutica é o papel que as indústrias têm, que é produzir determinados objetos para serem consumidos”, pontua.

Já Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil, explica que o objetivo da indústria farmacêutica é sempre avançar na cura e na estabilização das doenças. “O lucro, como qualquer atividade num sistema capitalista de livre iniciativa, é parte essencial, é necessário para a empresa pagar salários, impostos, manter a sua estrutura funcionando. É da lógica do sistema”, defende.

O programa Caminhos da Reportagem trata, ainda, de assuntos como a hiperpatologização de casos de Transtorno do Espectro Autista e do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e, também, da importância da medicação em determinadas situações.