Assédio em Paris

Entidades repudiam assédio a jornalista Verônica Dalcanal nos Jogos Olímpicos

A repórter Verônica Dalcanal – Foto: Reprodução nos Jogos de Paris (Foto: Arquivo pessoal)
A repórter Verônica Dalcanal – Foto: Reprodução nos Jogos de Paris (Foto: Arquivo pessoal)

Rio de Janeiro – Em nota divulgada neste domingo (4/8), a Secom repudiou a atitude de torcedores e manifestou apoio à jornalista Verônica Dalcanal. No sábado, Cida Gonçalves, ministra das Mulheres, publicou protesto e apoio em sua rede social.

Resumo da Notícia

  • Repúdio ao assédio: Secom e outras autoridades manifestam apoio a Verônica Dalcanal.
  • Apoio institucional: EBC e entidades de jornalismo condenam o ato e prometem suporte.
  • Repercussão: A situação destaca a luta contínua por respeito e igualdade.

Detalhes do Incidente

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A jornalista reportava o dia dos atletas brasileiros nos Jogos de Paris durante o intervalo da transmissão de uma partida da Série B do Campeonato Brasileiro, quando três homens, aparentemente estrangeiros, se aproximaram e começaram a cantar. Um deles, então, chegou mais perto da jornalista e beijou seu rosto sem consentimento, ato que foi prontamente repelido por ela. Logo depois, outro dos homens também a beijou, o que novamente foi rechaçado por Verônica.

Reações e Declarações

O presidente da EBC, Jean Lima, declarou ser “inadmissível que mulheres ainda sejam submetidas a esse tipo de agressão, principalmente jornalistas no exercício da sua profissão. Verônica, minha solidariedade”.

“Força para seguir em frente. Que o feminismo persista e triunfe”, completou. A manifestação se soma à da diretora de jornalismo da EBC, Cidinha Matos, que já havia declarado apoio à Verônica em nome de toda a diretoria da empresa pública na noite de sábado (3).

“É inaceitável o assédio à repórter da TV Brasil, emissora da EBC, Verônica Dalcanal, durante transmissão ao vivo nas Olimpíadas, em Paris. É uma agressão à jornalista, à mulher e ao espírito olímpico, especialmente nesta edição em que as mulheres, em particular as brasileiras, estão conquistando o merecido protagonismo”, destacou Cidinha. “Nossa solidariedade e apoio da EBC e todos os colegas de trabalho à Verônica e seu profissionalismo na cobertura das Olimpíadas de 2024”.

Verônica Dalcanal sofre assédio durante Jogos Olímpicos em Paris. Secom e entidades de jornalismo manifestam apoio à jornalista.

Declaração de Verônica Dalcanal

A jornalista que foi vítima do assédio destacou que a situação é revoltante e triste, e se torna uma lembrança ruim em meio ao sonho de realizar a cobertura de uma Olimpíada.

“Acho revoltante que jornalistas mulheres ainda passem por esse tipo de situação trabalhando. Pessoalmente, fico também triste porque essa cobertura vai ficar marcada também por esse episódio. Cobrir os Jogos Olímpicos em Paris é um sonho profissional que tive a felicidade de poder realizar. Como outros colegas, queria lembrar dessa cobertura apenas pelas entrevistas, pelas matérias escritas, pelas entradas ao vivo e pela emoção de acompanhar nossos atletas. Infelizmente não será assim. Mas vou me lembrar também da solidariedade dos meus colegas aqui e no Brasil, fundamentais para que eu encerre o dia de hoje bem. Em Paris as mulheres puderam participar de uma Olimpíada pela primeira vez. Nessa edição dos jogos buscou-se a igualdade no número de atletas homens e mulheres participando. 124 anos depois. Infelizmente ainda precisamos brigar para sermos tratadas com respeito. Mas não estamos sozinhas na luta”, declarou Verônica.

Apoio de Entidades

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e os sindicatos de jornalistas Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo emitiram neste domingo (4) uma nota de solidariedade à jornalista Verônica Dalcanal, vítima de assédio sexual no sábado (3) em Paris. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também se solidarizou com a repórter da TV Brasil, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que está na cidade para a cobertura dos Jogos Olímpicos de 2024.

Notas Oficiais e Repercussão

A ABI, a Fenaj e os sindicatos dizem ser inadmissível que profissionais ainda se sintam desprotegidas para realizar seu trabalho no maior evento esportivo do mundo, no ano em que há equiparação de mulheres e homens entre atletas participantes.

Diz um trecho da nota: “O assédio é não só uma grave violência contra a mulher, mas uma intimidação misógina ao exercício do jornalismo por ela. Seu corpo não é público e seu lugar profissional também deve ser respeitado. Foram muitos obstáculos machistas ultrapassados para que mulheres fizessem cobertura esportiva. Nenhum passo atrás será dado – ao contrário. Comportamentos como esse devem ser investigados e reprimidos”.

As entidades pediram que a EBC dê suporte à profissional, tenha posicionamento público contundente contra o ataque e cobre as autoridades pertinentes. Também disseram estar à disposição da jornalista com os departamentos jurídicos.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República disse, em nota, que é “inaceitável que jornalistas mulheres continuem sendo vítimas dessa violência” e afirmou que dará o “apoio que se faça necessário nesse momento” à profissional.

Perguntas Frequentes sobre Assédio a Jornalistas

O que aconteceu com Verônica Dalcanal em Paris?
Ela foi assediada por três homens durante uma transmissão ao vivo dos Jogos Olímpicos.

Qual foi a reação das autoridades?
Secom, EBC e diversas entidades de jornalismo repudiaram o ato e manifestaram apoio à jornalista.

Qual a importância dessa manifestação de apoio?
Ela destaca a luta contínua por respeito e igualdade para as mulheres, especialmente no jornalismo.

Como Verônica Dalcanal reagiu ao assédio?
Ela expressou revolta e tristeza, mas também gratidão pela solidariedade dos colegas.