Em nome de todos que lutam por justiça e dignidade, manifestamos nosso mais profundo apoio e solidariedade à atriz e comediante Cristina Pereira, que, com imensa coragem, rompeu o silêncio e revelou, pela primeira vez, ter sido vítima de estupro aos 12 anos, enquanto estava a caminho da escola. Durante o debate do filme “O Clube das Mulheres de Negócios”, dirigido por Anna Muylaert, no Festival de Cinema de Gramado, no domingo (11), Cristina compartilhou uma história pessoal que é, infelizmente, também a história de muitas outras mulheres e meninas.
Cristina, ao expor sua dor décadas depois, dá voz a milhares de vítimas que ainda vivem em silêncio, carregando o peso de traumas de violência que não deveriam ter que suportar sozinhas. Seu posicionamento não só fortalece a luta por um mundo mais justo, como também encoraja outras mulheres a romperem o silêncio, dando visibilidade a um problema estrutural e sistêmico que afeta tantas de nós.
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A fala da atriz durante o evento foi impactante: “Cheguei no colégio com o uniforme aberto e ninguém se preocupou, só queriam saber porque eu estava chegando atrasada. Quando o Candinho (personagem do filme vítima de assédio) chora, sou eu que choro e são muitas meninas de 12 anos, com aquela menina que estava a caminho do colégio e mataram aquela menina”. Com essas palavras, Cristina não só compartilhou sua dor, mas também destacou como tantas outras meninas continuam sendo vítimas dessa violência. Ela relembrou como, em sua juventude, não havia educação sexual nas escolas e como, ainda hoje, há quem lute contra esse conhecimento essencial para a proteção das crianças.
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O longa “O Clube das Mulheres de Negócios” critica o patriarcado e as estruturas de poder, propondo uma inversão de gênero em seus protagonistas. Nele, são as mulheres que dominam o mundo e ditam as regras, muitas vezes com comportamentos violentos e ambiciosos, enquanto os homens são desumanizados. Essa inversão é uma forma de nos fazer refletir sobre as dinâmicas de poder que, no mundo real, perpetuam a violência de gênero.
Parabenizamos Cristina Pereira por sua coragem ao transformar sua dor em um grito por justiça e mudança. Que sua força inspire outras mulheres a não se calarem, e que sua história seja um lembrete constante da necessidade urgente de combatermos a violência de gênero e sexual.
Inspirado e influenciado pelo movimento #MeToo, fundado por Tarana J. Burke, nos Estados Unidos, o Me Too Brasil é uma organização que atua contra o assédio e o abuso sexual. O objetivo é amplificar a voz das vítimas e prestar acolhimento por meio de apoio psicológico, jurídico, assistencial e de orientação às sobreviventes e a tomada de providências necessárias junto às autoridades competentes.
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