As commodities agrícolas iniciam a semana em ascensão, com o café robusta e o milho também registrando valorização. O açúcar cristal demonstra variação divergente, com preço em Santos subindo contra o recuo mensal na Capital.
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O café arábica iniciou a segunda-feira (1º) com notável valorização, avançando 0,51% no mercado. A saca de 60 kg atingiu R$ 2.252,95 na cidade de São Paulo, conforme o indicador Cepea/Esalq. Este movimento ascendente valida a alta persistente, registrando um crescimento mensal de 2,10% até a data do levantamento.
A commodity café robusta espelha o vigor do arábica, marcando um incremento de 0,52% no seu preço. A saca de 60 kg do robusta é cotada a R$ 1.404,48. O robusta mantém seu preço em um patamar inferior devido ao seu uso mais industrial, contrastando com o perfil premium e de alta qualidade sensorial do arábica.
| Commodity | Cotação (R$ 60 kg) | Variação Diária (28/11) | Variação Mensal |
| Café Arábica | R$ 2.252,95 | +0,51% | +2,10% |
| Café Robusta | R$ 1.404,48 | +0,52% | -0,10% |
| Milho | R$ 68,76 | +0,20% | +3,95% |
Mercado de Açúcar Cristal: Descompasso Regional e Persistência na Demanda
O preço do açúcar cristal revela uma dinâmica de mercado heterogênea nas principais praças paulistas. Na capital, a saca de 50 kg obteve uma alta diária de 0,98%, sendo negociada a R$ 108,50. Contudo, o preço na Capital indica um recuo mensal de 4,53%.
A situação é distinta em Santos (SP), crucial porto exportador. A mercadoria registra uma valorização diária de 0,30% na média sem impostos, alcançando R$ 115,39. A praça de Santos exibe uma tendência de alta mais consolidada, com crescimento de 5,96% no acumulado do mês. Esta variação divergente sublinha o impacto das expectativas de exportação versus o consumo interno.
O Milho e o Vigor do Mercado de Grãos
O milho sustenta a onda de valorização. A saca de 60 kg da commodity é vendida a R$ 68,76, após um incremento de 0,20% no dia. O indicador Cepea/Esalq registra o milho com a maior valorização mensal, acumulando 3,95%. Esta alta contínua exerce pressão sobre os custos da proteína animal, visto que o milho compõe a base da ração animal.
O Café Arábica se distingue pelo seu sabor suave, menor teor de cafeína e o uso em cafeterias especializadas. Ele representa 70% da produção brasileira, concentrada em Minas Gerais e São Paulo. Em contraste, o Café Robusta (ou Conilon) tem sabor amargo, alta cafeína e uso predominante em café solúvel e blends comerciais, com produção forte no Espírito Santo e Rondônia. A saca de milho e a saca de café têm o peso padronizado em 60 kg, enquanto a saca de açúcar cristal é negociada com 50 kg.
A alta do café arábica não é apenas uma estatística mercadológica; ela é o termômetro da vulnerabilidade global das commodities agrícolas à crise climática e à especulação. Enquanto os traders celebram a valorização, o preço final reflete o risco do produtor e impacta diretamente o consumidor. A sustentabilidade destes preços exige políticas robustas de estoque regulador e proteção cambial para blindar a economia e o agronegócio brasileiro da volatilidade especulativa.
