O Banco do Brasil (BB) identificou uma ação coordenada de bolsonaristas para espalhar desinformação contra a instituição e estimular pânico financeiro. Diante da gravidade do caso, a presidente do banco, Tarciana Medeiros, recebeu pressão de integrantes do Judiciário e do setor bancário para acionar a Polícia Federal (PF).
Fake news como arma política
Em ofício enviado à Advocacia-Geral da União (AGU), o BB alertou que a ofensiva digital busca atacar o Estado de Direito e comprometer a segurança jurídica do país.
“Ameaças direcionadas a minar recursos institucionalizados no Banco do Brasil, por intermédio da disseminação de fake news quanto à existência de sanções estrangeiras ou bloqueio de ativos de magistrados da Suprema Corte, comprometem a estabilidade da ordem econômica, financeira e social; comprometem o desenvolvimento econômico equilibrado do país”, diz o documento.
As publicações falsas orientavam correntistas a sacar valores do banco, numa tentativa de provocar corrida bancária. Técnicos do Banco Central lembram que esse tipo de ação pode ser enquadrado como crime contra o sistema financeiro pela Lei 7.492, com pena de dois a seis anos de prisão e multa.
Ameaças bolsonaristas contra o BB
Um dos nomes envolvidos é o advogado Jeffrey Chiquini, defensor do ex-assessor bolsonarista Filipe Martins. Em um canal no YouTube, ele recomendou que clientes cancelassem contas e retirassem imediatamente o dinheiro do banco, espalhando a mentira de que o BB seria punido pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky.
Segundo Chiquini, a suposta “sanção” teria relação com uma decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele chegou a afirmar que o banco seria desligado do sistema internacional Swift, peça central das transferências bancárias globais, com sede na Bélgica.
A narrativa foi reforçada pelo deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO), que escreveu no X: “Tirem seu dinheiro dos bancos. Moraes vai quebrar o Brasil.”
Reação institucional
Em nota oficial, o Banco do Brasil afirmou que monitora publicações “inverídicas e maliciosas” destinadas a gerar pânico e que tomará todas as medidas legais necessárias para proteger sua reputação, clientes e funcionários.
A ofensiva bolsonarista contra o BB representa mais uma tentativa de sabotar a estabilidade econômica do país por meio de fake news, replicando estratégias já vistas em ataques às urnas eletrônicas e ao próprio Supremo Tribunal Federal.

