A ONG Imaflora comunicou que cem importadores membros da Associação Chinesa de Carnes de Tianjin, que respondem por 15% das compras de carne bovina da China ao Brasil, se comprometeram a comprar pelo menos 50 mil toneladas de carne bovina brasileira com certificação livre de desmatamento até junho de 2026. Esse volume equivale a cerca de 2.500 contêineres de 20 toneladas.
O anúncio foi realizado durante evento setorial em Brasília, onde o Imaflora lançou a certificação “Beef on Track” (BoT), que visa garantir a sustentabilidade ambiental da carne exportada, atendendo às crescentes exigências dos mercados internacionais, principalmente o chinês, maior consumidor dos produtos brasileiros no setor.
Esse acordo marca um passo decisivo para a cadeia produtiva brasileira, vinculando o sucesso comercial à preservação ambiental e à rastreabilidade, fortalecendo o combate ao desmatamento na pecuária brasileira. Segundo a diretora-executiva do Imaflora, Marina Piatto, o sistema utiliza protocolos já existentes, o que torna a certificação prática e sem custos adicionais, facilitando a adesão em larga escala. A expectativa é que o selo alcance as gôndolas brasileiras ainda no primeiro trimestre de 2026 e seja reconhecido nos mercados globais mais exigentes.
Além do impacto ambiental positivo, o movimento reforça a competitividade do agronegócio brasileiro na economia global, alinhando sustentabilidade e comércio exterior. As discussões sobre o futuro da agropecuária responsável estão em alta, especialmente com a proximidade da COP30 em Belém, onde o tema do desmatamento na pecuária será pauta central.
Esse compromisso com a sustentabilidade e a transparência também responde a uma demanda crescente do mercado consumidor chinês, onde a mudança nos hábitos alimentares favorece o aumento no consumo de proteínas como a carne bovina.
