BRB sob investigação do Ministério Público por compra do Banco Master

Aquisição de R$ 2 bilhões levanta questionamentos sobre impactos financeiros e transparência
1 de abril de 2025
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© José Cruz/Agencia Brasil
© José Cruz/Agencia Brasil

Brasília – O Ministério Público de Contas do Distrito Federal (MPC-DF) iniciou uma investigação sobre a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB). A operação, avaliada em R$ 2 bilhões, despertou preocupação devido ao crescimento acelerado do Master e a relatos de transações consideradas atípicas no setor bancário.

O MPC-DF solicitou ao BRB detalhes sobre a transação e cópias do processo interno que autorizou a compra. Caso irregularidades sejam encontradas, o caso pode ser encaminhado ao Tribunal de Contas do DF (TCDF).

Possíveis riscos e preocupações

O deputado distrital Fábio Felix (PSOL) pediu uma apuração mais rigorosa, alertando sobre eventuais prejuízos ao patrimônio público. O Sindicato dos Bancários do DF também manifestou preocupação, classificando a operação como “possível gestão temerária”.

Por outro lado, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, afirmou que a decisão teve base técnica, sem interferência política. Segundo ele, a aquisição passou por uma análise criteriosa da carteira de crédito e produtos do Banco Master.

“A operação será precedida por uma reorganização societária do Banco Master, garantindo a segregação de ativos e passivos não estratégicos”, destacou o BRB em comunicado.

A conclusão do negócio ainda depende da aprovação do Banco Central e do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), além de uma auditoria nos ativos e passivos do Master.

Crescimento acelerado do Banco Master

Nos últimos anos, o Banco Master expandiu significativamente sua carteira de crédito, quintuplicando seu tamanho desde 2021. O crescimento se deu principalmente por meio da emissão de Certificados de Depósito Bancário (CDBs) com taxas atrativas, chegando a 140% do CDI. Essa estratégia chamou a atenção do Banco Central, que ajustou regras para conter os riscos.

O Master também se destacou por adquirir participações em empresas em dificuldades financeiras. Em 2024, o volume de CDBs emitidos pelo banco, junto com suas fintechs associadas (Willbank e Voiter), correspondeu a um terço do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), elevando o alerta sobre estabilidade financeira.

Expansão do BRB e impactos da compra

O BRB, sob controle do governo do DF, ampliou sua atuação no mercado nos últimos anos. Em 2024, recebeu um aumento de capital de R$ 750 milhões para reforçar sua posição e expandir sua carteira de crédito.

Além disso, fechou parcerias estratégicas, incluindo a criação do Nação BRB Fla, banco digital em colaboração com o Flamengo, que alcançou 3,6 milhões de contas em 2024.


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Entenda o caso: investigação sobre a compra do Banco Master pelo BRB

  • O que aconteceu? O BRB anunciou a aquisição de participações do Banco Master em uma operação avaliada em R$ 2 bilhões.
  • Por que a investigação foi aberta? O MPC-DF busca esclarecer se houve riscos ao patrimônio público e irregularidades na compra.
  • Quem está envolvido? O BRB, o Banco Master, o MPC-DF, o Banco Central, o Cade e o TCDF.
  • Quais são os próximos passos? A operação aguarda aprovação de órgãos reguladores e auditoria dos ativos do Master.

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