Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou nesta quarta-feira, 6 de novembro, por aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, elevando-a para 11,25% ao ano. A decisão foi unânime entre os nove membros do colegiado e atendeu às expectativas do mercado, apesar de pressões contrárias do setor empresarial e do governo.
Em seu comunicado oficial, o Copom destacou uma “assimetria altista” no balanço de riscos inflacionários, mencionando elementos como a inflação de serviços, um hiato mais restrito no mercado de trabalho e o impacto de políticas econômicas internas e externas, incluindo a taxa de câmbio.
Fatores de risco para a inflação
O Copom ressaltou que a inflação no setor de serviços permanece resiliente e acima das projeções, especialmente em meio ao aquecimento do mercado de trabalho. Outro ponto de atenção é a influência do cenário internacional, principalmente a situação econômica dos Estados Unidos, que continua incerta e impacta as expectativas de desinflação global.
Entre os riscos de baixa, o Copom mencionou a possibilidade de uma desaceleração econômica global maior do que a projetada, o que poderia favorecer a desinflação.
O impacto do cenário externo nas decisões do BC
O contexto econômico global também se mostrou desafiador para o Brasil. O Copom apontou que os bancos centrais das maiores economias seguem focados em alinhar a inflação às suas metas, em um ambiente de pressão no mercado de trabalho e incertezas monetárias. A falta de sincronia nos ciclos de política monetária entre as principais economias exige, segundo o Comitê, prudência dos países emergentes.
Expectativas de inflação e projeções do Banco Central
Em relação ao Brasil, o Banco Central afirmou que a atividade econômica e o mercado de trabalho demonstram dinamismo, mas ressaltou que a inflação geral e as medidas subjacentes ainda estão acima da meta. De acordo com as projeções da pesquisa Focus, as expectativas de inflação para 2024 e 2025 giram em torno de 4,6% e 4,0%, respectivamente. Já para o segundo trimestre de 2026, a previsão de inflação é de 3,6%.
LEIA TAMBÉM
Perguntas e respostas sobre a alta da Selic e seus impactos
Por que o Copom decidiu aumentar a Selic?
O aumento visa controlar riscos inflacionários, principalmente no setor de serviços, e manter a estabilidade econômica diante de incertezas globais.
Quais fatores influenciaram a decisão?
O Copom considera o cenário de inflação alta no Brasil e as incertezas no contexto econômico internacional, especialmente nos Estados Unidos.
Como o cenário externo afeta o Brasil?
A economia global, marcada por políticas monetárias inconsistentes e uma inflação resistente, exige cautela por parte do Brasil para garantir sua estabilidade.
Qual é a expectativa de inflação para os próximos anos?
A pesquisa Focus prevê uma inflação de 4,6% para 2024 e de 4,0% para 2025. Para o segundo trimestre de 2026, a projeção é de 3,6%.