Brasília – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano. A decisão unânime do colegiado reflete a alta do dólar, o avanço da inflação e as incertezas na economia global. O ajuste, que já era esperado pelo mercado, marca a quarta alta consecutiva da taxa de juros no Brasil.
A decisão busca conter o impacto da inflação, especialmente em alimentos e combustíveis. O Copom também apontou preocupações com o cenário fiscal do país e o efeito das medidas adotadas pelo Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos.
Banco Central justifica aumento da Selic
O Copom destacou a importância de manter a política monetária restritiva. Segundo o comunicado oficial, a decisão responde à pressão inflacionária e à volatilidade do câmbio. “O comitê segue acompanhando o impacto da política fiscal na economia e na percepção dos agentes financeiros”, informou o BC.
A taxa de juros elevada busca reduzir o consumo e segurar os preços. Contudo, especialistas alertam para os desafios no crescimento econômico.
Impacto no crédito e consumo
A alta da Selic encarece os empréstimos e afeta o crédito para empresas e consumidores. Com juros mais altos, o acesso ao financiamento se torna mais difícil, reduzindo investimentos e consumo.
Por outro lado, a elevação da Selic fortalece a atratividade de investimentos em renda fixa. Isso pode reduzir a pressão sobre o dólar, estabilizando o mercado cambial.
Inflação segue acima da meta
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 4,83% em 2024, acima do teto da meta de inflação. Os alimentos, especialmente carne e frutas, seguem pressionando o custo de vida.
O Banco Central ajustou suas projeções e agora estima um IPCA de 5,2% em 2025. No boletim Focus, os analistas preveem um cenário ainda mais desafiador, com inflação próxima de 5,5%.
Mercado financeiro reage
A decisão do Copom mexeu com os mercados. A expectativa de juros elevados afeta a Bolsa de Valores, que pode registrar volatilidade nos próximos dias. Analistas acompanham de perto a próxima reunião do Comitê, prevista para março, que deve manter o ciclo de alta dos juros.
A Selic no patamar de 13,25% coloca o Brasil entre os países com os juros mais altos do mundo. Isso reforça a estratégia do Banco Central de segurar a inflação, mas também gera impacto na atividade econômica.
Entenda o impacto da alta da Selic
- Por que a Selic subiu?
- Inflação acima da meta e oscilação do dólar.
- Como afeta o consumidor?
- Empréstimos e financiamentos mais caros.
- E o mercado financeiro?
- Renda fixa mais atrativa e Bolsa pode ter volatilidade.
- Próximos passos do BC?
- Monitoramento da inflação e novas decisões em março.