O Brasil enfrenta uma verdadeira epidemia de Fraudes Digitais No Brasil, com golpes cada vez mais sofisticados e prejuízos milionários. A constatação foi feita durante o Digital Privacy Summit 2025, promovido pela Opice Blum Academy, que reuniu os principais especialistas em direito digital e cibersegurança do país.
O consenso foi unânime: o crime cibernético deixou de ser amador e hoje opera com estrutura de indústria organizada, infiltrando-se em empresas, explorando vulnerabilidades humanas e tecnológicas e causando danos financeiros de grandes proporções.
Cibercrime se profissionaliza e amplia o prejuízo
“Estamos vendo uma escalada na quantidade, na complexidade e no volume de dinheiro perdido em fraudes e golpes digitais”, alerta Camilla Jimene, advogada especializada em direito digital, head do contencioso digital e sócia do Opice Blum Advogados.
Segundo a especialista, o mercado paralelo de crimes virtuais se tornou um negócio bilionário. “O aliciamento de profissionais de TI dentro das empresas e a oferta de ataques cibernéticos as a service se tornam mais comuns a cada dia. O impacto financeiro para o mercado é gigantesco”, explica.
A fala de Jimene evidencia o novo perfil dos criminosos digitais: organizados, especializados e com acesso a ferramentas de automação que permitem atacar milhares de alvos simultaneamente. O resultado é uma explosão de fraudes que vão desde os já conhecidos golpes no WhatsApp até invasões de sistemas corporativos, sequestro de dados e extorsões digitais.
Pesquisa confirma aumento da exposição das empresas
A gravidade do cenário foi confirmada pela pesquisa “Riscos Cibernéticos – A percepção das lideranças brasileiras e práticas adotadas”, conduzida pela Grant Thornton Brasil em parceria com o Opice Blum Advogados.
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O levantamento, que entrevistou 248 empresas de diferentes setores, revelou que:
| Indicador | Percentual |
|---|---|
| Executivos que acreditam que suas empresas estão mais expostas a ataques | 79% |
| Companhias que consideram a cibersegurança um dos cinco maiores riscos corporativos | 66,5% |
| Empresas vítimas de phishing | 69% |
| Empresas que sofreram ataques de ransomware | 67% |
| Empresas com seguro cibernético ativo | 25% |
| Companhias com plano de resposta a incidentes | 67% |
Os dados mostram que, embora a percepção de risco tenha aumentado, a maturidade em segurança digital ainda é baixa. A maioria das empresas carece de políticas estruturadas de prevenção, resposta e educação corporativa sobre ameaças cibernéticas.
Fator humano segue como elo mais vulnerável
De acordo com Camilla Jimene, o problema não se limita à tecnologia. O fator humano continua sendo o ponto mais explorado pelos criminosos.
“No WhatsApp, por exemplo, criminosos aplicam golpes de engenharia social se passando por entregadores ou representantes de empresas para conquistar a confiança das vítimas e, muitas vezes, burlar até mesmo controles internos das organizações”, explica a advogada.
Ela destaca que a melhor defesa contra Fraudes Digitais No Brasil vai além do investimento em ferramentas tecnológicas. É necessário estabelecer programas consistentes de educação digital, que orientem funcionários e gestores sobre boas práticas de segurança, privacidade e uso responsável da inteligência artificial no ambiente corporativo.
“A segurança precisa estar no DNA das empresas. Criar uma cultura digital sólida é o único caminho para reduzir o impacto das fraudes e preparar as organizações para os riscos do futuro”, reforça Jimene.
A nova fronteira da segurança digital no Brasil
Especialistas apontam que o avanço das Fraudes Digitais No Brasil representa um desafio sistêmico: envolve desde a falta de regulação sobre crimes virtuais até a defasagem na capacitação de equipes de tecnologia e compliance.
Além disso, o crescimento dos ataques as a service — modelo em que hackers vendem pacotes de invasão prontos — democratizou o crime cibernético, tornando-o acessível até para grupos com pouco conhecimento técnico.
Para conter essa nova indústria do crime, o Brasil precisa investir em legislação moderna, integração entre Ministério da Justiça, Polícia Federal e setor privado, e campanhas de educação digital em larga escala.
Enquanto isso, empresas e cidadãos precisam adotar medidas básicas de autoproteção: autenticação multifatorial, atualização de sistemas, auditorias periódicas e políticas claras de governança digital.



