Um estudo da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro aponta um cenário promissor para os empreendedores da cidade. A renda média mensal dos cariocas que possuem seus próprios negócios ultrapassou a dos paulistanos, atingindo R$ 8,8 mil, contra R$ 8,5 mil na capital paulista, nos primeiros nove meses de 2023. Esse dado coloca o Rio de Janeiro no topo do ranking nacional, superando a média brasileira, de R$ 5,4 mil, no mesmo período.
O crescimento é resultado de uma combinação de fatores que moldam o âmbito econômico do Rio de Janeiro, especialmente pela forte presença do setor de serviços, que favorece o trabalho autônomo, aliada à escassez de vagas no mercado formal. De acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2022, pouco mais de 36% da população trabalhava sem carteira assinada. Isso significa que muitos profissionais qualificados buscam novas oportunidades no empreendedorismo.
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Iniciativas da Prefeitura do Rio de Janeiro também são responsáveis por simplificar a abertura de empresas, como o Alvará a Jato e o Crédito Carioca, programa que concede ao empreendedor autorização do município para a atividade e operação com um processo de autodeclaração e acesso a microcrédito, respectivamente.
Bulhões, secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, ainda destaca o alto nível de escolaridade dos cariocas: 57,3% possuem ensino superior. Segundo o economista Manuel Thedim, a alta concentração de empreendedores graduados no Rio de Janeiro é um reflexo da crescente Gig Economy.
A pandemia acelerou essa tendência, impulsionando a busca por trabalhos autônomos e flexíveis. Profissionais mais qualificados, como arquitetos, médicos e consultores, encontram um ambiente propício para oferecer serviços de forma independente, em decorrência da menor demanda por empregos formais, em comparação a outras metrópoles como São Paulo.
Mulheres empreendedoras no Rio de Janeiro
Com um percentual de 39,1% de mulheres com negócios próprios, a cidade demonstra o desenvolvimento de liderança do sexo feminino. Luciana Kramer, da Tour Pelo Mundo, e Roberta Castro, da Viaggio, são exemplos de sucesso. Após participarem do Labtur, um projeto da Prefeitura que oferece apoio a negócios inovadores do setor, as duas uniram forças para criar o Tour para Cariocas, um projeto que tem conquistado cada vez mais mulheres com mais de 50 anos.
Além do turismo, outras áreas como gastronomia, moda, beleza e serviços também apresentam um grande potencial para o empreendedorismo feminino. A utilização de frotas no Rio de Janeiro, por exemplo, é um diferencial estratégico para um serviço mais completo e personalizado para os clientes, facilitando a distribuição de produtos de empresas lideradas por mulheres.
