"A volta do Orkut propõe conexões mais reais, e isso pode ter grandes impactos para a forma como nos relacionamos nas mídias sociais", diz Aline Bak

Quando as pessoas acessam o site, elas se deparam com uma carta escrita pelo engenheiro turco Orkut Buyukkokten, fundador da plataforma

Na última quarta-feira, para a surpresa de muitos usuários, a rede social Orkut, fundada em 2004, foi reativada. Quando as pessoas acessam o site, elas se deparam com uma carta escrita pelo engenheiro turco Orkut Buyukkokten, fundador da plataforma, que lançou um manifesto defendendo a volta da rede social e como ela pretende operar.

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”Um dos principais pontos mencionados na carta, é que a ideologia da marca é voltada em estabelecer conexões mais concretas e reais”, diz a especialista em assuntos digitais Aline Bak. “Vamos nos recordar que, quando o Orkut começou como a primeira rede social, em 2004, além de conectar pessoas, o princípio era formar comunidades de pessoas em assuntos diversos e trazer à tona debates mais saudáveis”, ressalta Aline.

Aline Bak lembra que, em sua trajetória, o Orkut teve mais de 300 milhões de usuários e trazia muitas ferramentas de interação entre as pessoas, e que ainda hoje são mencionadas em outras mídias, como por exemplo a função de “Depoimentos” que possibilitava um ranking de mensagens para deixar aos amigos e em diferentes perfis, como também, “Ver quem visitou seu perfil”, função que foi muito pedida, aliás, pelos usuários do Instagram e do Facebook. 

“ As mídias sociais como um todo estão passando por mudanças, e um ponto muito intrigante é como a estratégia para divulgação da retomada do Orkut está sendo planejada”, continua Aline. “Não vamos nos esquecer de que o anúncio do Orkut aconteceu dois dias após o Twitter ter sido comprado por Elon Musk”.

“Além disso”, continua Aline, “existe muitas informações nas entrelinhas dessa carta, sendo que o criador do Orkut menciona a importância da proteção de dados”, enfatiza.

“A expectativa sobre o Orkut é alta”, diz Aline. “Toda essa discussão abre espaço para um questionamento: mesmo com a nova abordagem, defendida por Orkut, será que é possível construir lugares mais educativos e construtivos no ambiente digital? Esse novo modelo, se ocorrer como o prometido, pode abrir espaço para alterações de funcionamento e operação de outras redes”, finaliza Aline. “Vamos aguardar”