Em greve, professores no Chile exigem melhorias na educação pública

Santiago, 13 out (EFE).- Milhares de pessoas se manifestaram nesta quarta-feira em Santiago e outras cidades do Chile, em meio a uma greve de professores do ensino fundamental e médio, que exigem melhorias na educação pública e nos direitos dos trabalhadores do setor.

EFE/ Rodrigo Sáez

Em Santiago, pelo menos mil pessoas viajaram da Praça Itália ao Palácio de La Moneda, sede do governo, para fazer suas reivindicações ao presidente do país, Sebastián Piñera.

EFE/ Rodrigo Sáez

A Confederação de Estudantes do Chile (Confech) também aderiu à greve, caracterizando-a “como uma verdadeira mobilização contra Sebastián Piñera”, de acordo com o sindicato dos professores.

O motivo da greve dos professores foi o veto presidencial de parte do chamado projeto de lei da propriedade dos professores, que visa modificar alguns aspectos do trabalho de quem leciona.

Assim, por exemplo, o veto anula a eliminação dos motivos de demissão por conta de repetidas avaliações ruins, entre outras coisas, tais como a prorrogação das férias dos professores com mais uma semana no inverno.

“São conquistas para os professores chilenos e para a educação que não significam nenhum peso para o tesouro nacional e que nos parecem muito graves”, disse o presidente do sindicato dos professores, Carlos Díaz, à imprensa local.

“Estamos falando apenas em melhorar as condições de trabalho que também estão diretamente relacionadas ao trabalho que fazemos com nossos alunos”, continuou.

Por sua vez, o ministro da Educação, Raúl Figueroa, disse que os pontos vetados não reduzem os benefícios aos professores e apoiou a ação do presidente, argumentando que “o veto visa salvaguardar a qualidade do ensino e evitar a discriminação arbitrária entre os trabalhadores”.

“Se um professor hoje em três avaliações consecutivas é mal avaliado, isso é motivo para a deixar a profissão e pensamos que é importante que isso se mantenha”, disse o ministro à uma emissora de rádio local.

No Congresso, membros da bancada da oposição que compõem a Comissão de Educação rejeitaram o veto, e esperam contar com a maioria de dois terços necessária na Câmara para restaurar o texto original do projeto de lei. EFE