Casos de racismo nos torneios da Conmebol aumentaram 50% em relação a 2022

Um novo projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados, visando um marco significativo na esfera esportiva.

Um novo projeto de lei foi apresentado na Câmara dos Deputados, visando um marco significativo na esfera esportiva. A proposta tem como objetivo estabelecer a responsabilidade das federações, ligas e organizações esportivas por situações de racismo ocorridas em eventos sob sua organização. A ideia é que essas entidades sejam multadas. Embora já existam penas, incluindo prisão, para torcedores que protagonizem atos racistas, as entidades esportivas não devem se eximir da responsabilidade nesse cenário.

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Em 2023, as denúncias de racismo nas competições organizadas pela Conmebol já ultrapassaram todas as registradas nas duas competições em 2022. De acordo com levantamento do Observatório do Racismo, 18 casos de denúncia de racismo ocorreram em partidas de competições continentais até o momento. Durante todo o ano de 2022 foram 12 casos. Apesar de ser positivo que haja mais denúncias, as punições ainda não são suficientes. Desde o ano passado, a entidade que organiza todos os campeonatos futebolísticos que envolvem os países da América do Sul aumentou a multa de cerca de R$ 148 mil para R$ 493 mil para os casos de racismo.

Psicólogo esportivo analista de DE&I na Condurú ConsultoriaJosé Vítor Capello Rezende, destaca que o aumento das discussões sobre o racismo na sociedade se refletem no futebol. “Essa mudança de mentalidade acontecendo no ambiente do futebol, que é tão relevante na nossa cultura, pode abrir espaço para que o racismo diminua também em outros segmentos, deixando de ser algo tão ostensivo no dia-a-dia das pessoas. O futebol é um espelho da sociedade, ele não pode ser descolado dela, o que acontecer em um acontecerá no outro, o futebol terá menos racismo quando a sociedade assim o tiver”, diz.

Antes do jogo desta semana contra o Corinthians, o clube argentino Estudiantes publicou em suas redes sociais uma espécie de cartilha de comportamento aos torcedores, alertando que “no Brasil canções e gestos racistas/xenofóbicos constituem crime grave que acarreta penas de 3 a 6 anos de prisão”. Na postagem, eles também sugeriram “evitar qualquer tipo de desrespeito ao povo brasileiro.”