Seleção brasileira de surfe está pronta para buscar o heptacampeonato mundial 

Filipe Toledo defende título mundial conquistado em 2022

BANZAI PIPELINE, Oahu, Havaí / EUA (Sexta-feira, 27 de janeiro de 2023) – O Billabong Pro Pipeline abre o World Surf League (WSL) Championship Tour (CT) 2023 neste domingo, na ilha de Oahu, no Havaí. A seleção brasileira está pronta para buscar o heptacampeonato mundial esse ano. Nas oito últimas temporadas, o Brasil conquistou seis títulos, desde o primeiro em 2014 com o hoje tricampeão Gabriel Medina, até o sexto em 2022 com Filipe Toledo. Os três últimos foram decididos em finais 100% verde-amarelas e o Brasil vem dominando o topo do ranking. O primeiro desafio de 2023 é nos tubos de Banzai Pipeline e as 10 etapas serão transmitidas ao vivo pelo site da WSL e pelos canais SporTV.

Depois do camisa 10 da seleção brasileira, Gabriel Medina, conquistar o primeiro título do Brasil em 2014, Adriano de Souza foi o campeão em 2015 e venceu a primeira final verde-amarela em Pipeline, com Medina. A primeira vitória do fenômeno no Pipe Masters veio em 2018, quando ganhou seu segundo título mundial. O de 2019 foi decidido em outra final brasileira nos tubos de Pipeline e Italo Ferreira se sagrou campeão, derrotando Medina na bateria que bateu todos os recordes de audiência na transmissão ao vivo.

O sucesso desse confronto valendo o título na última bateria da temporada, fez com que a World Surf League mudasse as regras do Circuito Mundial. Foi criado o WSL Finals para definir o campeão e a campeã em um único dia, numa competição especial envolvendo os top-5 e as top-5 do ranking. E só deu Brasil nesse novo formato também. Gabriel Medina festejou o tricampeonato em 2021, na primeira final do Rip Curl WSL Finals em Trestles com Filipe Toledo, que em 2022 ganhou seu primeiro título em outra decisão brasileira com Italo Ferreira.

No ano passado, Gabriel Medina pediu uma licença médica e não participou da primeira metade da temporada. Ele só retornou na sexta etapa, já chegando nas semifinais na Indonésia e também na sétima, em El Salvador. Só que ele acabou se contundindo na etapa brasileira em Saquarema e ficou de fora das outras duas, que fecharam o CT 2022 na África do Sul e no Taiti. Mas, nosso camisa 10 da seleção brasileira está de volta e com fome de vitórias.

“Estou feliz em estar no Havaí de novo. Para mim é um ano muito especial, porque é um ano de classificação para as Olimpíadas e, claro, quero ganhar mais um título mundial”, promete Gabriel Medina. “Estamos aqui em Pipe de novo, um lugar que me deu muitas alegrias. Espero ter um ano excelente, estou trabalhando bastante, treinando bastante, como todos podem me acompanhar nas mídias sociais. Mentalmente estou bem e preocupado só em surfar, me divertir dentro d´água e dar orgulho pro nosso país. Esse é meu objetivo esse ano”.

Kelly Slater é o melhor surfista do mundo no maior palco do esporte, conquistando sua incrível oitava vitória no Billabong Pro Pipeline do ano passado. Mas, Gabriel Medina também tem um retrospecto impressionante nos tubos de Banzai Pipeline. Em dez participações nesta etapa, disputou 47 baterias e ganhou 33, ou 70% delas, chegando na grande final cinco vezes. 

A primeira foi em 2014, quando perdeu para Julian Wilson, após se tornar o primeiro brasileiro a ser campeão mundial no WSL Championship Tour. Em 2015, garantiu o título para Adriano de Souza derrotando Mick Fanning na semifinal, mas, Mineirinho venceu a primeira final brasileira em Pipeline. Em 2018, sacramentou o bicampeonato vingando Julian Wilson em outro duelo com o australiano. Depois, perdeu a decisão do título de 2019 na final com Italo Ferreira e também para John John Florence na abertura da temporada 2021. 

MEDINA 12 X 6 JOHN JOHN – Essa foi a sua última bateria em Pipeline e a última também contra o havaiano. Curiosamente, os dois vão estrear juntos no Billabong Pro Pipeline, fechando a primeira fase com o italiano Leonardo Fioravanti, campeão do Challenger Series em 2022. Certamente, esse é um dos confrontos mais esperados pela torcida, neste primeiro desafio do ano. John John é o único surfista que conseguiu quebrar a hegemonia de títulos mundiais do Brasil nas oito últimas temporadas, sendo bicampeão em 2016 e 2017.

Em etapas do CT, Medina disputou 18 baterias com John John e superou o havaiano 12 vezes. As últimas foram nos tubos de Banzai Pipeline. Em 2019, o duelo aconteceu nas quartas de final, com Medina ganhando por 17,63 a 12,33 pontos. E na abertura da temporada 2021, John John conquistou o título do Billabong Pipe Masters, mas foi por uma pequena vantagem de 11,77 a 11,10 pontos. 

Depois do bicampeonato em 2016 e 2017, John John Florence vem sofrendo com contusões seguidas nos últimos anos. Em 2022, aconteceu de novo e ele não competiu nas quatro últimas etapas da temporada. Mas, assim como Medina, já mostrou estar totalmente recuperado. Em dezembro, venceu a etapa final do Challenger Series em Haleiwa Beach e foi vice-campeão nas ondas gigantes do Eddie Aikau, semana passada também no Havaí.

“Esse ano vai ser legal, porque todo mundo está voltando a competir né”, destaca Gabriel Medina. “O John John (Florence) é um cara que sempre competiu comigo, sempre tivemos boas baterias, ele ganhou alguns títulos, eu também e fico feliz de estar todo mundo no Tour. Acho que esse ano vai ser muito competitivo, com realmente os melhores do mundo e fico feliz em fazer parte disso. Como eu falei, é um ano muito importante pra mim e eu quero ir bem, passo a passo. Mas, estou com muita vontade de ganhar eventos, então espero conseguir os objetivos que tenho pra esse ano”. 

CAMPEÕES MUNDIAIS – Enquanto Gabriel Medina vai tentar igualar o tetracampeonato do australiano Mark Richards, John John Florence quer o tri, o cinquentão Kelly Slater segue na busca pelo 12.o título para fechar a carreira e mais dois titulares da seleção brasileira podem conseguir o bicampeonato esse ano, Italo Ferreira e o atual campeão, Filipe Toledo. Eles decidiram o título de 2022 e Filipe venceu a sua segunda decisão seguida nas ondas de Lower Trestles, que continuará sendo o palco do Rip Curl WSL Finals esse ano. 

Entre os cinco integrantes do CT 2023 que já têm títulos mundiais, o primeiro a estrear no Billabong Pro Pipeline é o campeão olímpico, Italo Ferreira. O potiguar de Baía Formosa está escalado na quinta bateria, com os havaianos Imaikalani Devault e Seth Moniz, vice-campeão na final contra Kelly Slater em 2022. Filipe Toledo entra com a lycra amarela de número 1 do mundo no confronto seguinte, com o australiano Jackson Baker e o irmão de Seth, Josh Moniz.

Duas baterias depois, tem Kelly Slater contra Caio Ibelli, semifinalista em Pipeline no ano passado, e um dos estreantes na elite deste ano, o marroquino Ramzi Boukhiam. Os outros dois campeões mundiais são Gabriel Medina e John John Florence, que vão disputar com o italiano Leonardo Fioravanti, a última vaga direta para as oitavas de final. Mas, quem não conseguir vencer nesta rodada inicial, têm uma segunda chance de classificação na repescagem. 

CICLO OLÍMPICO – Além de dar a largada na corrida pelo título mundial de 2023, o Billabong Pro Pipeline também vai abrir o Ciclo Olímpico para os Jogos de Paris 2024. O WSL Championship Tour 2023 é o principal caminho para os melhores surfistas do mundo. Dos 48 atletas que disputarão as medalhas do surfe na França, 18 (10 homens e 8 mulheres) serão indicados pelo ranking final das dez etapas da temporada, que começa no Havaí e termina em agosto no palco das Olimpíadas de Paris, nos tubos de Teahupoo, no Taiti.

Billabong Pro Pipeline será realizado com patrocínio da Billabong, Pacífico, Apple, Yeti, 805 Beer, Red Bull, Shiseido, Craft 1861, Turtle Bay, True Surf, Sambazon, Spectrum, Puravida, Surfline e Surf Shack. O prazo começa em 29 de janeiro, vai até o dia 10 de fevereiro e a competição será transmitida pelo site da WSL
e pelo Aplicativo e Canal da WSL no YouTube. No Brasil, todas as etapas do World Surf League Championship Tour também passarão ao vivo nos canais do SporTV e no Globoplay

PRIMEIRA FASE DO BILLABONG PRO PIPELINE:

——- 1.o e 2.o=Oitavas de Final / 3.o=Segunda Fase: 

1.a: Miguel Pupo (BRA), Nat Young (EUA), Ian Gentil (HAV)

2.a: Kanoa Igarashi (JPN), Jake Marshall (EUA), João Chianca (BRA)

3.a: Ethan Ewing (AUS), Kolohe Andino (EUA), Liam O´Brien (HAV)

4.a: Jack Robinson (AUS), Jadson André (BRA), Ezekiel Lau (HAV)

5.a: Italo Ferreira (BRA), Seth Moniz (HAV), Imaikalani Devault (HAV)

6.a: Filipe Toledo (BRA), Jackson Baker (AUS), Joshua Moniz (HAV)

7.a: Griffin Colapinto (EUA), Barron Mamiya (HAV), Michael Rodrigues (BRA)

8.a: Caio Ibelli (BRA), Kelly Slater (EUA), Ramzi Boukhiam (MAR)

9.a: Connor O´Leary (AUS), Jordy Smith (AFR), Maxime Huscenot (FRA)

10: Samuel Pupo (BRA), Matthew McGillivray (AFR), Rio Waida (IDN)

11: Callum Robson (AUS), Yago Dora (BRA), Ryan Callinan (AUS)

12: John John Florence (HAV), Gabriel Medina (BRA), Leonardo Fioravanti (ITA)

PRIMEIRA FASE – 1.a e 2.a=Oitavas de Final / 3.a=Segunda Fase

1.a: Tatiana Weston-Webb (BRA), Caroline Marks (EUA), Teresa Bonvalot (PRT)

2.a: Carissa Moore (HAV), Bettylou Sakura Johnson (HAV), Alyssa Spencer (EUA)

3.a: Stephanie Gilmore (AUS), Macy Callaghan (AUS), Moana Jones Wong (HAV)

4.a: Brisa Hennessy (CRI), Isabella Nichols (AUS), Sally Fitzgibbons (AUS)

5.a: Lakey Peterson (EUA), Gabriela Bryan (HAV), Caitlin Simmers (EUA)

6.a: Courtney Conlogue (EUA), Tyler Wright (AUS), Molly Picklum (AUS)

SOBRE A WORLD SURF LEAGUE: A World Surf League (WSL) promove as principais competições de surfe no planeta, coroando os campeões mundiais desde 1976, com os melhores surfistas do mundo se apresentando nas melhores ondas do mundo. A WSL é composta por uma divisão de Circuitos e Competições, que supervisiona e opera mais de 180 eventos globais a cada ano; pela WSL WaveCo, que produz as melhores ondas artificiais de alta performance; e pela WSL Studios, com produções independentes de conteúdos e projetos com e sem roteiros