Luisa Stefani volta aos treinos após título do Australian Open

Tenista soma cinco títulos em oito torneios desde o retorno às quadras e estará em Abu Dhabi, Doha e Dubai em semanas seguidas, a partir do dia 6 de fevereiro

Janeiro, 2023 – Após fazer história na sexta-feira (27) ao lado de Rafael Matos com o título de duplas mistas do Australian Open – o primeiro Grand Slam de uma dupla totalmente brasileira e primeiro de uma mulher desde 1968 com Maria Esther Bueno -, Luisa Stefani retomou os treinamentos nesta segunda-feira (30) em Melbourne, na Austrália, visando a próxima gira de torneios.

A tenista número 34 do mundo embarca nesta quinta-feira (2/2) para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, onde disputa o WTA 500 local, junto com a chinesa Shuai Zhang. Na sequência, atua com a cazaque Anna Danilina nos torneios WTA 500 de Doha, no Catar, e o WTA 1000 de Dubai, nos Emirados Árabes, nas semanas dos dias 13 e 20 de fevereiro. 

“Tirei o final de semana para comemorar. Não é todo dia que ganhamos um Grand Slam, momento muito especial. Estou deixando cair a ficha. Sem palavras para descrever as emoções dos últimos dias. Eu e o Rafa conseguimos aproveitar muito e conquistar um sonho que mexe com a gente de maneira diferente. Ainda estou absorvendo tudo”, disse a atleta patrocinada pela Fila e Faros Invest, embaixadora XP COB e que conta com os apoios da Liga Tênis 10 e Bolsa Atleta.

“Já voltei a treinar, estou super motivada. Acabei fechando algumas parcerias meio que de última hora porque a próxima gira já estava em cima e não consegui jogar a chave de dupla feminina do Australian Open. Espero em fevereiro estar mais bem posicionada para poder fechar uma parceria mais fixa, de repente, a partir de março. Estou animada para a próxima gira”, afirmou a tenista.

Cinco títulos, desde setembro – Luisa ficou um ano afastada das quadras por conta da lesão no ligamento cruzado anterior do joelho e retornou em setembro passado. Desde então disputou oito torneios e venceu cinco, sendo o primeiro Grand Slam no Aberto da Austrália e o WTA 500 de Adelaide, na Austrália, este ao lado da americana Taylor Towsend, estando ainda invicta na temporada. Ano passado ganhou os torneios WTA 1000 de Guadalajara, no México, com a australiana Storm Sanders, o WTA 250 de Chennai, na Índia, com a canadense Gabriela Dabrowski, e o WTA 125 de Montevidéu, no Uruguai, com a carioca Ingrid Martins.

Luisa não larga a taça do Australian Open
(Divulgação)
Luisa não larga a taça do Australian Open (Divulgação)

“É uma mescla de muito trabalho, mas não conseguiria imaginar tanto sucesso logo de cara nessa volta”, apontou. “Foi um passo de cada vez, semana após a outra, não tinha como visualizar algumas coisas em como ficaria o joelho. Com o tempo fui pegando confiança, ficando cada vez melhor. A parte mais importante dessa minha volta foi jogar com meninas diferentes e com o Rafa, que me ajudaram o tempo todo e fui crescendo”, garantiu. 

Luisa ainda detalhou os motivos pela parceria com Matos ter dado certo e os dois já estão combinados em jogar Roland Garros, no meio do ano, de olho nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024. “Rafa me deu muita confiança e liberdade para fazer o que eu faço melhor. Ele é muito rápido e sólido do fundo. Nossa comunicação foi muito boa para a gente poder jogar da maneira que queríamos, impondo nosso jogo mesmo nos momentos mais difíceis. Ao longo da semana tiveram momentos onde não jogamos bem ao mesmo tempo – um jogava bem e outro não e vice-versa. Essa comunicação fora e dentro da quadra, a partir da United Cup, onde treinamos juntos, e ter essa clareza de como iríamos jogar foi muito natural, trabalhamos em cima disso. Foi muito legal a experiência de jogar com ele”, explicou.

“Estou super animada. Nós nos empolgamos, visando a Olimpíada de Paris 2024. Roland Garros é o próximo torneio de mistas, então iremos uma coisa de cada vez, muito animada para jogar no saibro”, finalizou. 

Fazendo história na carreira – Luisa Stefani, 25 anos, começou a jogar tênis aos 10 anos, na B.Sports, no bairro de Perdizes, em São Paulo (SP), onde nasceu. Disputou as chaves principais dos quatro Grand Slams juvenis e foi à semifinal de duplas do US Open juvenil em 2015, quando chegou à 10ª posição do ranking mundial juvenil. Foi para os Estados Unidos para estudar e jogar tênis. No circuito universitário jogou pela Pepperdine University, na Califórnia. Entre 2015 e 2018, ainda no circuito universitário americano, dedicou-se parcialmente ao circuito profissional da ITF. Optou por trancar a faculdade para disputar o circuito profissional integralmente a partir de meados de 2018.

Ganhou destaque nas duplas no profissional e começou a colher resultados em 2019, conquistando um título no WTA de Tashkent. Em 2020, ganhou o WTA 125 de Newport Beach e comemorou o título do WTA de Lexington. Terminou o ano como 33ª do mundo, primeira brasileira no top 40 em mais de três décadas. Em 2021, foi à final no WTA 500 de Abu Dhabi, alcançando o top 30 – primeira tenista do Brasil desde 1976. E o vice-campeonato do WTA 1000 de Miami fez com que subisse para a 25ª posição – então a melhor de uma brasileira desde que o ranking WTA foi criado em 1975.

Nos Jogos de Tóquio, conquistou a inédita medalha de bronze olímpica para o Brasil ao lado de Laura Pigossi. Continuou subindo no ranking e chegou a ocupar o nono lugar no início de 2022. No retorno ao circuito, após a cirurgia no joelho, conquistou três títulos neste final de temporada 2022: WTA 250 de Chennai, na Índia, WTA 1000 de Guadalajara, no México, e WTA 125 de Montevidéu, no Uruguai, retornando ao Top 50 no ranking da WTA. Começou 2023 com mais um título: WTA 500 de Adelaide, na Austrália, e agora as duplas mistas do Australian Open