O WSL Layback Pro deu a largada no QS 3000 masculino na quarta-feira, definindo os adversários dos cabeças de chave que vão estrear na segunda fase da etapa que decide os títulos sul-americanos da temporada 2024/2025 da WSL South America em Florianópolis. O vento sul entrou forte logo pela manhã, afetando a qualidade das ondas na Praia da Joaquina e só foram realizados os oito confrontos da rodada inicial. A estreia dos principais concorrentes ao título sul-americano e pelas 7 vagas para o Challenger Series, circuito de acesso para a elite do World Surf League Championship Tour (CT), ficou então para a quinta-feira e pode ser assistida ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.
O primeiro dia terminou com uma das atrações do WSL Layback Pro, o campeão mundial Adriano de Souza, que se classificou em segundo lugar na bateria vencida pelo bicampeão catarinense, Caetano Vargas. O capitão da geração Brazilian Storm, ficou 15 temporadas representando o Brasil entre os melhores surfistas do mundo, disputou 514 baterias em 145 etapas e conquistou o título mundial em 2015. O Mineirinho, como é conhecido, já não participa mais do Circuito Mundial, mas mora em Santa Catarina e participa dos campeonatos que acontecem no estado. Ele sempre prestigiou as 4 edições do Layback Pro realizadas na Praia Mole desde 2021 e aprovou a mudança para a Praia da Joaquina.
“Sempre quando dá pra participar, eu venho amarradão, ainda mais um evento desse porte na Ilha e aqui na Joaquina então. Eu acho a onda da Joaquina melhor do que a da Mole. Acho que aqui tem muito mais a agregar e mais espaço pra ficar lá dentro. Na Mole fica todo mundo apertado e aqui o jogo fica mais aberto”, comparou Adriano de Souza. “Foi o que aconteceu na bateria. Cada um sentou num lugar, ninguém ficou um em cima do outro como na Praia Mole e eu já não estou mais na idade de ficar brigando lá dentro. Eu venho mais pra me divertir, curtir, porque a competição ainda me faz cuidar mais do meu corpo, da mente, da minha alma. Então vestir a lycra, pra mim, é uma coisa muito gostosa, que faço com prazer”.
O campeão mundial Adriano de Souza e o bicampeão catarinense, Caetano Vargas, derrotaram o argentino Santiago Muniz e o catarinense Takeshi Oyama, único surfista que participou de todas as nove etapas da temporada 2024/2025 da WSL South America. No confronto anterior, o penúltimo da primeira fase e da quarta-feira do WSL Layback Pro, estreou Rafael Barbosa, que no domingo venceu a final potiguar do WSL Taiba Pro no Ceará, contra outro ex-top da elite mundial, Jadson André. O jovem surfista da Praia da Pipa, nunca tinha competido na Praia da Joaquina e avançou em segundo lugar na bateria vencida por Pablo Gabriel, com ambos eliminando o carioca Anderson da Silva e um local da Joaquina, João Godoy.
“É a minha primeira vez competindo aqui na Joaquina, acabei de vir de uma vitória lá na Taiba e a condição do mar é totalmente diferente né”, destacou Rafael Barbosa. “Aqui as ondas são um pouco maiores e a água é gelada. O mar está bem difícil hoje, então eu decidi pegar bastante ondas, porque nunca se sabe qual é a onda boa. Fiquei bem ativo na bateria e estou feliz por ter avançado. Esse vento sul dificulta um pouco, o mar fica meio mexidão, mas a gente está aí pra surfar em qualquer condição e vamos embora pra próxima”.
VAGAS NO CHALLENGER – Na primeira fase, já começaram a competir alguns concorrentes pelas 7 vagas para o Challenger Series 2025, que são disputadas no ranking da WSL South America. O 15.o colocado, Daniel Templar, de Saquarema (RJ), participou da histórica primeira bateria do WSL Layback Pro na Praia da Joaquina e passou em segundo lugar, junto com o jovem catarinense Yuri Gabryel, da Praia do Campeche. Já o experiente paulista Hizunome Bettero, que está em 20.o no ranking, estreou com vitória sobre três surfistas bem mais jovens na quinta bateria, Kalani Abrahão, Facundo Arreyes e Pedro Martins.
“Eu tava em casa sem pensar em competição, curtindo mais a família, minha mulher está grávida de novo, aí surgiu a oportunidade de vir aqui pra Joaquina. Eu corri Saquarema no ano passado, fui bem lá, fiquei em quinto lugar e era a etapa mais importante da temporada. Então, tenho chance ainda de me classificar pro Challenger Series e resolvi vir aqui tentar”, contou Hizunome Bettero. “E esse lugar é especial pra mim. Foi aqui uma das primeiras vezes que competi fora de casa e já comecei com um pódio. Eu tinha uns 14 anos de idade, depois fiz pódio aqui em QS, SuperSurf e é um lugar mágico pra mim, como Saquarema. São os dois lugares que venho com prazer de surfar, independente do resultado. Poder estar aqui num campeonato de alto nível como esse e testar meu potencial com a molecada, é divertido também”.
GRUPO DOS TOP-7 – Tanto o Hizunome Bettero, como o Daniel Templar, precisam chegar nas quartas de final do WSL Layback Pro, para superar a pontuação dos surfistas que estão fechando o grupo dos 7 primeiros do ranking no momento, o cearense Cauã Costa e o paulista Weslley Dantas. O Cauã vai estrear na primeira bateria da segunda fase, a que ficou para abrir a quinta-feira na Praia da Joaquina. Já o Weslley é um dos cabeças de chave da sexta bateria, junto com seu irmão e ex-top da elite mundial, Wiggolly Dantas, além de um concorrente direto por vaga no G-7, o peruano Alonso Correa.
Além de Cauã Costa e Weslley Dantas, também defendem suas classificações para o Challenger Series no WSL Layback Pro, o argentino Franco Radziunas na terceira bateria, o paraibano José Francisco na quarta, o paulista Kaue Germano na oitava, o paranaense Peterson Crisanto na 12.a e o paulista Igor Moraes na 16.a e última da segunda fase, que terá o campeão mundial Adriano de Souza como um dos três adversários. O líder do ranking, o catarinense Lucas Vicente, já está com sua vaga no Challenger Series garantida e tenta confirmar o título de campeão sul-americano da World Surf League. Ele foi criado nas categorias de base da Associação de Surf Joaquina (ASJ) e compete em casa, contra 12 concorrentes com chances matemáticas nessa batalha.
CATEGORIA FEMININA – Na competição feminina, as 26 participantes vão estrear no primeiro WSL Layback Pro na Praia da Joaquina, nas oito baterias da rodada inicial. A líder do ranking, Laura Raupp, campeã da primeira etapa da Layback em 2021 na Praia Mole e vice na final com Tainá Hinckel no ano passado, foi escalada na primeira bateria. Suas adversárias são a paulista Julia Nicanor e a bicampeã sul-americana da WSL, Dominic Barona, do Equador. Já a surfista olímpica da Guarda do Embau e campeã sul-americana da temporada 2023/2024, Tainá Hinckel, faz a sua primeira defesa do título do WSL Layback Pro na quinta bateria, contra a paulista Sophia Gonçalves e a chilena Isidora Bultó.
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O WSL Layback Pro é homologado pela WSL Latin America e viabilizado pela Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte do Governo Federal do Brasil. Esta etapa do QS 3000 é uma realização da Agência Esporte & Arte e acontece com patrocínio de Dare e Prefeitura Municipal de Florianópolis através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer; apoio da Greenish, Ease Labs Cannabis Products, Evoke, Fu-Wax, Havenga, Oakberry, Refúgio Ekrãn e Cris Hotel; conta com o suporte da Federação Catarinense de Surf (FECASURF) e Associação de Surf da Joaquina (ASJ), parceria de mídia do site Waves.com.br e produção da FIRMA na transmissão ao vivo pelo WorldSurfLeague.com.
FLORIPA FILM FESTIVAL – O Floripa Film Festival foi uma das atrações do Layback Pro que estreou com grande sucesso no ano passado. Nesta segunda edição, serão exibidos 50 filmes de surfe, sendo 35 produções nacionais e 15 internacionais. As mostras vão acontecer nos dias 20, 21 e 22 de março no “The Search House”, localizado na Barra da Lagoa. Nos 3 dias, as exibições começam por volta das 16h00, com pequenos intervalos até as 22h30. Na sexta-feira (dia 21) e no sábado (22), também haverá shows musicais e DJs agitando a galera desde as 23h00 até as 2h00 da madrugada.